quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Conversa com Simone Bracht Burmeister, autora de "Envelhecer bem"

Olá! 

Seguindo a série especial de conversas com autores e autoras, trazemos a entrevista com a psicóloga Simone Bracht Burmesiter, que escreveu "Envelhecer bem: experiências, conflitos e transformações" .Conheça um pouco mais sobre o livro, publicado pela Editora Sinodal:

Psicóloga Simone Bracht Burmeister


Este é o segundo livro publicado pela Editora Sinodal. O primeiro tem por título Família e pessoa idosa: Reflexão e orientação. O tema “envelhecer” tem sido uma preocupação sua?

Não sei se posso chamar de preocupação. O envelhecimento humano tem sido meu objeto de estudos e também de trabalho nos últimos 12 anos. É um tema muito importante e presente na atualidade em função do número cada vez maior de idosos em relação aos jovens, e também a longevidade. Há 12 anos, quando comecei a me dedicar a este trabalho, já haviam muitos estudos sobre envelhecimento na medicina, na nutrição e na fisioterapia, mas quase nada na psicologia. Então, escrever dois livros sobre o tema e continuar este trabalho têm o objetivo de atender a necessidade tanto dos próprios idosos quanto daqueles com quem eles convivem, sobre questões emocionais e comportamentais, até então pouco exploradas. 
A velhice já não é a mesma de cinquenta anos atrás. 
É importante conhecer e compreender os desejos, os planos, as preocupações dos idosos de hoje. Também é importante entender que há muitos tipos de envelhecimento e que como sociedade temos que atender as necessidades de idosos ativos e também daqueles que se tornam mais dependentes. Não há um único modelo de atendimento ideal de idosos.

Como a velhice está sendo vista hoje em nossa sociedade, e como você pensa que ela será encarada num futuro próximo?

A percepção da sociedade diante dos idosos está mudando em paralelo às mudanças que os próprios idosos têm feito em sua forma de viver. Porém, acho que falta equilíbrio. Há anos, como já foi dito na questão anterior, os velhos eram diferentes. Mais dependentes, mais frágeis e doentes. Talvez eu possa até me arriscar a dizer que eram menos alegres e mais isolados. De uns tempos para cá, os próprios idosos mudaram seu comportamento, tornando-se mais ativos e participativos. Fazem esportes, viajam, namoram. Os avanços da medicina permitem que a maioria dos idosos conviva de forma harmoniosa com as doenças que vão surgindo. Então, a sociedade passou a ver os idosos assim, mais ativos e saudáveis. 
E esqueceu da parcela de idosos que, infelizmente, são acometidos por doenças limitantes. Também há muita pobreza e falta de recursos para os idosos mais dependentes. São questões que a sociedade vai precisar dar maior atenção daqui para frente. 
Prefeituras e estados têm feito ações mais focadas para os idosos saudáveis, enquanto vemos instituições, como o Asilo Padre Cacique (Porto Alegre/RS), com problemas financeiros sérios. Penso que encarar o futuro do envelhecimento será ter planos de ação para atender a todos os tipos de idosos com suas necessidades.

Em que aspectos a resiliência ajuda a envelhecer bem?

A resiliência, que é a palavra que define a nossa capacidade de adaptação, é importante ao longo de toda vida. Mas sem dúvida na velhice ela é o grande diferencial. Envelhecer não é exatamente a melhor idade, como querem afirmar alguns. Envelhecer provoca transformações físicas que podem gerar alguma limitação, desde a mais simples, como passar a usar óculos ou tirar o sal da comida, até coisas mais complexas, como depender de uma cadeira de rodas. Idosos resilientes têm maior capacidade de se adaptar às mudanças que a velhice impõe, e por isso vivem melhor. A resiliência ajuda a aceitar com mais facilidade e bom humor o fato de ter que usar uma bengala ou andador, por exemplo. Facilita também a aceitação de mudanças alimentares, como diminuir sal, açúcar e gorduras, sem que isso provoque mal humor ou torne o idoso isolado. Há idosos, por exemplo, que se não puderem comer os doces de uma festa, preferem não ir à festa. 

O idoso resiliente é aquele que vai à festa pela alegria de encontrar pessoas queridas, pela diversão e se adapta aos comes e bebes que pode consumir. Idosos resilientes aproveitam mais a vida, têm mais qualidade de vida, maior convívio social e até melhor saúde.

Como foi para você trabalhar com a Editora Sinodal na publicação desta obra?

Trabalhar com a Editora Sinodal é sempre muito bom. A equipe toda é ótima, o autor se sente acolhido e apoiado. É possível discutir diferenças de opiniões sobre a obra. Todos são muito abertos a escutar o desejo do autor em relação à obra, bem como dar sugestões e contribuições, fazendo com que o autor não se sinta tão sozinho na construção do seu projeto.

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