quinta-feira, 19 de julho de 2012

REVISTA NOVOLHAR - JULHO e AGOSTO 2012

CRISES CONJUGAIS
Amor e crise

Até que a morte os separe é uma expressão muito antiga. De tão tradicional, conta entre as coisas cujo real valor se perdeu no tempo. Não faz muitos anos que histórias de separação, dramáticas e traumáticas, despertavam espanto e burburinho. Agora está tudo invertido. Histórias de casais unidos por décadas é que causam admiração e estranheza.

O normal hoje em dia é estar no segundo ou terceiro relacionamentos. Que seja eterno enquanto dure, dizia Vinícius de Moraes sobre o amor. É assim que se pensa sobre os relacionamentos. Muitos casais já começam uma relação com a certeza de que não será a sua única experiência. Ao primeiro sinal de problema, cada qual segue o seu caminho e busca outra companhia para seguir seus passos.

As crises que abalam os relacionamentos sempre existiram. Atualmente, entretanto, parecem ter quase sempre a última palavra. Estamos menos propícios a enfrentá-las ou elas se agravaram, atingidas pelos respingos do consumismo que tudo rege em nossa sociedade hedonista? A presente edição da Novolhar decidiu não seguir o que um ditado popular recomenda: Em briga de marido e mulher não se mete a colher. Reunimos especialistas e buscamos ajuda para meter a colher nas crises conjugais, não para acusar ou criticar, mas para ajudar.

Acreditamos na força do amor e não temos dúvidas: ele pode durar até mesmo a vida toda. Metemos a colher nessa temática para fortalecer relacionamentos, reconstruir pontes, refazer laços rompidos e - por que não? - reafirmar que o amor é duradouro. Em última instância, é somente ele, o próprio amor, que é capaz de renovar amores feridos, embotados ou magoados.

O amor também é a marca de um movimento de defesa dos direitos humanos surgido há 35 anos em Buenos Aires, na Argentina. Gabriela Zerbin conta a extraordinária história das Mães da Praça de Maio e lhes rende emocionada homenagem. Outros relatos desta edição também revelam do que o amor é capaz. Isso transparece na história de vida da irmã Gerda Nied, que por amor viveu entre os mais pobres do Nordeste para ajudá-los, relatando sua experiência em livro. A união das religiões na Cúpula dos Povos em esforços pelos direitos humanos e pela sustentabilidade que preserva a vida na Terra é outro exemplo. O amor, sempre ele, é a nossa única chance.

Equipe da Novolhar
(Extraído do editorial da revista)                                                         

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quarta-feira, 4 de julho de 2012

O segredo do Milagre

   Milagre – seus significados

   O termo “milagre” provém do latim miraculum e designa um fenômeno que causa admiração, espanto, assombro. O ser humano depara com algo incompreensível, de origem incógnita, de proporções imponentes. O mesmo está em evidência no equivalente alemão Wunder e no inglês wonder. Milagres produzem pasmo, perplexidade, reverência. Sempre extrapolam a normalidade pela excepcionalidade que lhes é peculiar. São coisas ou acontecimentos extraordinários. Um termo próximo de milagre é maravilha. É quase um sinônimo. Mas, enquanto milagres podem até mesmo assustar (cf. Lc 8.25; Mc 5.17 etc.), a maravilha sempre produz uma sensação agradável. Empolga por inspirar-se em algo bonito e majestoso. São conhecidas as sete maravilhas da antiguidade, entre elas as pirâmides do Egito e os jardins suspensos da Babilônia. Fascinavam as pessoas na qualidade de obras-mestres de arte. A mesma sensação é provocada pelas catedrais da idade média ou pelas “maravilhas técnicas” da era moderna, a exemplo de computadores ou naves espaciais. Quem se maravilha  encanta-se com o objeto contemplado, com um acontecimento significativo ou qualquer outra coisa, ficando deslumbrado por ela. Percepção semelhante está em evidência na Bíblia, razão pela qual as traduções em grande número de passagens preferem falar de maravilhas, não de milagres (Jz 6.13; Sl 71.17; Jr 21.2 etc.). Os textos enaltecem as obras grandiosas de Deus. As belezas deste mundo pertencem aos “milagres” que Deus fez e faz, dando motivo para o louvor e gratidão.  
http://espiritual-mimo.blogspot.com.br/
   Fala-se de milagre para caracterizar um acontecimento surpreendente, uma mudança sensacional, algo imprevisto. Quando um aluno notoriamente preguiçoso de repente se esforça e atinge uma nota alta no teste, é imaginável a professora reagir: “Pedro, que milagre!”. Milagre pode estar na beleza de uma flor, num gesto de carinho, numa palavra de perdão. Ele está em todo o amor, se for autêntico. Importa perceber o extraordinário, o incomum, o magnífico na vida. Sob tal perspectiva, não existe conflito nenhum entre o milagre e a lei natural.  
   Milagre, pois, nem sempre é a mesma coisa. Os significados variam. De certa forma, podemos dizer que se trata de um termo de uso múltiplo. Evidentemente, sempre designa algo extraordinário. No mais, porém, desempenha várias funções. Dada a desconfiança a fenômenos que violam as leis da natureza, houve quem sugerisse abolir o termo milagre e preferir maravilha. Evitar-se-ia assim o conflito com a ciência. Maravilhas podem ser constatadas na natureza, na história, na trajetória individual das pessoas, sem necessidade de invocar forças sobrenaturais. Enquanto isso, “milagre” seria um termo obsoleto. Todas as pessoas apostam no funcionamento das leis naturais. Essas são conhecidas e confiáveis.

Texto extraído do Livro
 O segredo do milagre de  Gottfried Brakemeier, página 15 à 18


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