quarta-feira, 25 de abril de 2012

Perguntas e respostas sobre luteranismo

Nossa igreja nossa identidade

Manual de estudos
1. Quem são os luteranos? (p. 17)
São conhecidas como luteranas as pessoas que professam a sua fé em Jesus
Cristo a partir dos ensinamentos bíblicos redescobertos por Martim Lutero.
Martim Lutero nasceu na Alemanha, em 1483, foi monge agostiniano e professor
da Universidade de Wittenberg. Ao descobrir que a igreja havia se desviado
dos ensinamentos bíblicos, tornou públicas 95 teses, no dia 31 de outubro
de 1517, propondo reflexão e mudança da prática da igreja.
A igreja rejeitou os escritos de Lutero, o que desencadeou o movimento que
recebeu o nome de Reforma, em decorrência do qual surgiu a igreja luterana.
Lutero faleceu em 1546.

4. Onde surgiu a igreja luterana? (p.18)
A origem da nossa igreja está diretamente relacionada com o surgimento da
igreja cristã, ocorrido como continuidade da atuação e dos ensinamentos de
Jesus. Estamos ligados ao grande acontecimento do dia de Pentecostes, quando,
pela ação do Espírito Santo, os apóstolos foram enviados para evangelizar
o mundo.
Como instituição, a igreja luterana surgiu a partir de 1517 com a Reforma. Lutero
queria que a igreja voltasse às suas origens como anunciadora da vontade de
Deus e do Evangelho libertador de Jesus Cristo. Aqui no Brasil, os trabalhos da
igreja luterana começaram com os primeiros luteranos que vieram da Alemanha
e de outras partes da Europa a partir do ano de 1819 (Nova Friburgo/RJ), 1824
(São Leopoldo/RS), 1846 (Domingos Martins/ES).

11. Que função as mulheres exercem no trabalho da igreja?(p.20)
Na IECLB, as mulheres exercem as mesmas funções e têm os mesmos direitos
e deveres que os homens. Elas são ativas nos presbitérios e demais órgãos
diretivos, além de desenvolverem importante trabalho através dos grupos organizados
(OASE, Fórum da Mulher Luterana, Encontro de Trabalhadoras
Rurais, p. ex.). A IECLB foi a primeira igreja no Brasil a admitir mulheres
no ministério pastoral. Atualmente existem mulheres nos quatro ministérios
reconhecidos pela igreja.

14. O que é graça?(p.21)
Nós luteranos confessamos que “somos aceitos (justificados) por Deus unicamente
através de sua graça, mediante a fé” (Efésios 2.4-8). Graça é a palavra
usada para expressar a misericórdia, o perdão e o amor de Deus que nos
são oferecidos através de Jesus Cristo. Imaginemos uma pessoa atolada até o
pescoço num brejo. Não adianta ela mesma tentar se puxar para fora pelos
cabelos. Alguém de fora precisa ajudá-la jogando uma corda. É necessário,
no entanto, que a pessoa segure a corda que lhe está sendo lançada. Esse
brejo representa o pecado que insiste em afastar a humanidade de Deus. Por
nós mesmos, afundamos e perecemos em nossas fraquezas. Necessitamos de
alguém que nos arranque desse atoleiro. Lemos em 1 Timóteo 2.4 que Deus
deseja a salvação de todas as pessoas. Por isso ele enviou seu Filho para nos
libertar. Cabe-nos reconhecer esse profundo amor de Deus por nós e permitir
que Cristo nos conduza. Em 2 Coríntios 5.21, o apóstolo Paulo fala de uma
permuta: Jesus, que era sem pecado, morreu na cruz para que nós, os pecadores, pudéssemos receber o perdão de Deus e nova vida. Isso é graça!

19. Por que batizamos?(p.23)
Batizamos por ordem e pela promessa que o próprio Cristo nos deixou (Mateus
28.19). Pelo Batismo, somos incluídos no corpo de Cristo, representado
pela comunidade reunida em culto (1 Coríntios 12.13). Assim, somos inseridos
na aliança de Deus com o seu povo, tornando-nos herdeiros da nova
vida que Deus quer conceder a todas as pessoas. No Batismo, recebemos um
banho regenerador. Nele, Deus derrama sobre nós o Espírito Santo, dando-nos
a oportunidade de uma nova vida (Tito 3.4-8; Romanos 8.17; Gálatas
3.26-28).

20. Quem pode ser batizado?(p.23)
Ao instituir o Batismo, Jesus não estabelece nenhum pré-requisito. Em Marcos
16.16, Jesus diz: “Quem crer e for batizado será salvo. Quem, porém, não
crer será condenado”. Ao proferir essas palavras, ele se refere à salvação, não
estabelecendo qualquer tipo de sequência a ser obedecida para a realização
do Batismo. Em momento algum Jesus afirma que a fé deve vir antes do Batismo,
ou vice-versa. 

154. A morte é o final de tudo?(p.95)
A Bíblia anuncia a ressurreição dos mortos, consequentemente a morte terrena
não é o fi m de todas as coisas. Em Romanos 6.23 está escrito: “porque o
salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em
Cristo Jesus, nosso Senhor”.
Muitas pessoas pensam que, ao morrer, iremos direto para o céu. Há também
quem acredite na existência de um purgatório (um lugar reservado para a purificação das almas). Isso contraria a orientação bíblica. Se na morte fôssemos
direto para o céu, o juízo final e a ressurreição não seriam necessários. Para
a Bíblia, corpo e alma não são partes distintas que habitam uma na outra,
mas são maneiras de descrever o ser humano como um todo. Nós não temos
corpo, somos corpo. Da mesma forma, nós não temos alma, nós somos alma.
O apóstolo Paulo se refere aos cristãos mortos como “os que dormiram em
Cristo”. Com isso aponta para a esperança da ressurreição. Só Cristo pode
nos “despertar” para a vida eterna.

186. Nos dias de hoje ainda acontecem milagres?(p.109)
A Bíblia fala que após a ressurreição e ascensão de Jesus, os apóstolos realizaram
milagres em nome do Senhor. Em sua lista de dons concedidos à igreja
(1 Coríntios 12.9-11), o apóstolo Paulo cita que o dom de curar e o de realizar
milagres continuam sendo experimentados pelos cristãos.
Em nenhum lugar da Bíblia é dito que os milagres deixariam de acontecer
depois da era apostólica, pois, conforme Hebreus 13.8, “Jesus Cristo, ontem
e hoje, é o mesmo e o será para sempre”. Por isso pode-se afirmar que ainda
hoje acontecem curas e milagres feitos em nome de Jesus. Deus também
conta com o nosso serviço na realização dos milagres. Todavia, devemos ter
alguns cuidados, pois usar o nome de Jesus não significa necessariamente
estar ligado a ele.


 Extraído do  livro Nossa igreja nossa identidade
(manual de estudo)

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quarta-feira, 18 de abril de 2012

A Autoridade da Bíblia


   Falar da autoridade da Bíblia é pisar em terreno acidentado. Está coberto de pedras de tropeço, desníveis, buracos. Pode causar tombos. Pois o assunto é polêmico. Não que a autoridade da Bíblia seja questionada. Na cristandade, ou seja, no conjunto das Igrejas e das pessoas cristãs em todo o mundo, exerce a indiscutível função de Sagrada Escritura. Nisto há unanimidade. O dissenso aparece tão logo se pede explicação sobre o significado e as implicações dessa autoridade. As maneiras de entender variam. Não raro conflitam e produzem divisões. Exigem a discussão e a busca de consenso. 
Bíblias vendida na Editora Sinodal 
   A tarefa é impostergável. Pois a Bíblia esta sendo usada. Não pode haver moratória bíblica na cristandade. Cabe a Igreja de Jesus Cristo a responsabilidade para uso condizente desse livro e a resistência contra o abuso. A Bíblia é dom a ser administrado com o devido zelo. Para tanto importa conhecer a Bíblia e auscultar-lhe os propósitos. Em que consiste sua natureza sagrada? É ou não é a palavra de Deus? Como ler a Bíblia corretamente? A cristandade deve dar resposta e justificar seu discurso. 
  A Bíblia é um livro fantástico. Por isto, o objetivo último deste estudo não pode consistir na mera apresentação de uma visão panorâmica. A meta consiste na motivação para a leitura e a exploração da riqueza desse livro. A Bíblia não se satisfaz em ser simples objeto de estudo. Quer ser parceira ativa num processo de aprendizagem em que Deus e o mundo estão em jogo. É nosso desejo termos contribuído para tanto. 
Arquivo Editora Sinodal
    Antes da reforma do século XVI poucas foram às tentativas de traduzir a Bíblia para o vernáculo. Em teologia e culto prevalecia o latim como língua oficial e sagrada. Somente após a invenção da imprensa, no século XV, oportunizaria a “popularização”. Da mesma forma que ser superada certa resistência à educação do povo em assuntos religiosos por parte do clero. Consequentemente, a tradução da Bíblia por Martim Lutero significou um passo pragmático em direção a “educação popular”. O exemplo de Lutero inspirou imitadores em todos os países da Europa, e muito além deles.   
     Existe hoje um número relativamente alto de traduções portuguesas da Bíblia. A despeito de tantos textos à escolha, o esforço por atualização não deve parar, para que cada vez mais pessoas tenham acesso as Escrituras Sagradas, sonho esse potencializado em Martim Lutero.




A autoridade da Bíblia, 3ª edição de Gottfried Brakemeier,
p.5-11


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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Celebrar Páscoa em família e comunidade

     Páscoa tem um significado especial para a família cristã. É tempo de intensa reflexão, louvor e renovação da esperança, da fé e do compromisso de testemunhar em favor dos valores do reino de Deus, presente e futuro.
   É tempo de arrependimento, de recomeçar, de receber nova oportunidade para nos encontrar com Deus, conosco mesmos e com o próximo e a natureza. Esse recomeço tem como fundamento a ressurreição de Cristo e todas as implicações decorrentes, mesmo que não as compreendamos todas.
  Celebrar a Páscoa é oportunidade de ouvir a boa-nova de Deus: Ele vive! A promessa da presença de Cristo é ânimo e alimento para que não desistamos de acreditar que vai chegar um dia em que a paz e o amor serão plenos na nossa vida e na vida de todas as pessoas a quem Deus quer bem.
   Este livro - Celebrar Páscoa em família e comunidade - foi preparado para ser sua fonte de recursos para enriquecer os momentos de espiritualidade na Semana Santa. Reúne meditações, contos, celebrações, trabalhos manuais, receitas, orações. Para celebrar a Páscoa é preciso tempo, dedicação e este livro!








Extraído do Livro Celebrar Páscoa em família e comunidade, 
Contra- capa





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terça-feira, 3 de abril de 2012

O presente de Páscoa

engraxate-Ilustração-de-Patrice-Piard-do-Hai 


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  Eram nove horas da manhã de sábado. Sentado sobre sua caixa de engraxate, Beto esperava ansioso o primeiro cliente. Enquanto esperava, ficava observando os pés que desfilavam na calçada. De vez em quando, um ou outro par chamava sua atenção: – Este eu já engraxei – pensava ele
  Havia pés de todos os tipos e tamanhos: pés chatos, pés de chinelo, pés de moleque, como os dele, pés descalços, pés com sandálias, e sapatos finíssimos, enfim, um festival de pés.
  De repente, Beto viu um par de sapatos conhecidos vindo em sua direção. Era o Sr. Juca, um velhinho aposentado que, há muito tempo, só engraxava os sapatos com ele. Seu Juca sentou numa cadeira improvisada e o menino começou a trabalhar.
   – Então, Beto, como você vai comemorar a Páscoa?
  – Comemorar o quê? Não entendo muito dessas festas, seu Juca. O que sei é que todo mundo sai correndo atrás de presentes e chocolates em forma de ovo e coelhinhos. Como não tenho dinheiro, nem ligo para essas coisas.
  – Sabe, Beto, eu gostaria de dar presentes para meus filhos e netos, mas o dinheiro que recebo da aposentadoria é muito pouco.
   – Seu Juca, o senhor sabe por que as pessoas comemoram a Páscoa?
O velhinho aproveitou a pergunta para contar a história da morte e ressurreição de Jesus e de como a Páscoa era comemorada quando seu Juca tinha a idade de Beto.
http://www.portalsaofrancisco.com.br
  – No meu tempo de menino, meus pais enchiam casquinhas de ovos com amendoim, depois os colocavam em uma cestinha, que era escondida no quintal. Na manhã do domingo de Páscoa, nós saíamos a procurar a cesta de Páscoa. Depois, íamos à igreja para ouvir a história da ressurreição de Jesus. No fim do culto, as pessoas se abraçavam e desejavam feliz Páscoa umas às outras.
   – Que interessante, seu Juca. Quando é o dia da Páscoa?
  – Amanhã é o Domingo de Páscoa. Conforme nos conta a Bíblia, é o dia em que Jesus ressuscitou.
  – Jesus também esquece e abandona quem não tem dinheiro para comprar presentes? – perguntou Beto, meio decepcionado.
  Seu Juca olhou com carinho para o menino, passou a mão nos seus cabelos e disse:
 O Sr. Juca ficou emocionado com o abraço do garoto. Quando o velhinho quis pagar o serviço, o menino falou contente:
  – Não precisa pagar, seu Juca. É meu presente de Páscoa para o senhor. 
  O Sr. Juca saiu sorrindo. Beto guardou a graxa e as escovas e pensou faceiro:
   – Um dia ainda vou engraxar os sapatos de Jesus.




Extraído do Livro Celebrar Páscoa em família e comunidade, 
P 24 e 25


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