quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Oração é troca

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   Oração é troca entre humano e Deus. Martim Lutero já aconselha: ''Ore como se tudo dependesse de Deus, aja como se tudo dependesse de você''. É um bom conselho!
  Na capela Keble do Colégio de Oxford, no Reino Unido, há o original da pintura de Holman Hunt intitulada A Luz do Mundo. A pintura apresenta Cristo segurando uma lanterna e batendo numa porta fechada, sem trinco para o lado de fora. O artista deixa um precioso recado nessa delicada pintura: se o trinco da porta está do lado de dentro, somente quem estiver dentro da casa tem o poder de abri-lá, deixando a vida entrar. Para que a vida habite em mim é preciso que encontre um espaço aberto em mim para que possa entrar.
    A oração é esse momento em que portas são destrancadas e janelas escancaradas para que um novo vento possa soprar ali. Para que mofos e ranços possam ser removidas e cheiros novos encontrem lugar.
  A preocupação da gente e a graça de Deus tocam-se na oração – quando céu e terra se encontram. É quando o ser humano se dá conta que sozinho consegue somente ir até um determinado ponto do caminho, mas com Deus vai muito mais longe. Então é capaz de clamar com o salmista: “ E se tenho a ti, que mais poderia querer na terra?” (Salmo 73.25).
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     Quando sentimos vontade de orar é porque estamos com saudades. Assim, na Santa Ceia – no pão e no vinho – alimentamos-nos da ausência sempre presente de Cristo. Ele mesmo recomendou que o fizéssemos em sua memoria. Quer dizer que celebrar a comunhão na Santa Ceia é um jeito de matar  a saudade.
     Oração é estar só sem estar. É pena que nós ocidentais, como descreve Frei Betto, tenhamos tanta “dificuldade de orar devido  ao nosso racionalismo. Em geral, ficamos na soleira da porta, entregues à oração que se apoia nos sentidos (músicas, dança, mirar vitrais ou paisagens, etc.) ou na razão (fórmulas, leituras, reflexões, etc.). Orar é entrar em relação de amor”. Uma relação de amor pressupõe conversa, assim como Martim Lutero conversa com Deus:

Vê, Senhor, eu sou um vaso vazio,

que carece ser enchido.
Enche-me, meu Senhor.
Sou fraco na fé, fortalece-me,
Sou frio no amor, aquece-me,
faze meu coração arder para que
meu amor transborde,
envolvendo o meu próximo.
Em minha carência só há pecado;
em ti, Senhor,
há plenitude de justiça.
Por isso permaneço contigo.
A ti não preciso dar.
De ti posso receber.
 
Texto extraído do Livro Quando a vida dói, Confiança nos momento de angústia. P. 63 e 64


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