quarta-feira, 26 de março de 2014

O pão nosso de cada dia

http://www.prnasser.com/1/archives/04-2013/1.html
   Várias vezes durante o dia, sentamos à mesa para as diferentes refeições e, quase sempre, lá está ele: o pão. Considerado um dos alimentos básicos do povo brasileiro, o pão está presente em quase todas as refeições. E tantas coisas são ditas a respeito desse alimento.
  O que mais me impressiona são a sabedoria e a grandeza de Jesus quando ele ensinou a oração do Pai–nosso a seus discípulos. Lá no meio da oração, ele ensina: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje” (Mateus 6.11).
  Sábias palavras de Jesus, mais tarde interpretadas pelo reformador Martim Lutero, que explica o significado dessas palavras na oração do Pai-nosso. Diz Lutero: “Deus dá o pão de cada dia, também sem o nosso pedido, a todas as pessoas, inclusive às pessoas más. Mas pedimos nessa oração que ele nos faça reconhecer isso e receber com gratidão o pão nosso de cada dia”. 
   Lutero explica ainda que o pão de cada dia significa “tudo o que se refere ao sustento e às necessidades da vida, como por exemplo: roupa, calçado, casa, lar, dinheiro e bens, bom governo, paz, saúde” ... e segue uma enorme lista de coisas semelhantes. 
   Pão é muito mais do que apenas o alimento feito com farinha, água e fermento. Assim nos conta esta história: 
   “Era um fim de tarde de sábado. Eu estava molhando o jardim da minha casa quando vi um menino parado junto ao portão, olhando para mim.
   – Dona, tem pão velho? – perguntou ele. Essa coisa de pedir pão velho sempre me incomodou...
   Olhei para aquele menino tão nostálgico e perguntei:
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  – Onde você mora? 
  – Depois do zoológico. 
  – Bem longe, hein? 
  – É... mas eu tenho que pedir as coisas para comer. 
  – Você está na escola? 
  – Não. Minha mãe não pode comprar material. 
  – Seu pai mora com vocês? 
  – Ele sumiu... 
   O papo prosseguiu, até que eu disse: 
  – Vou buscar o pão. Serve pão novo? 
  – Não precisa, não. A senhora já conversou comigo; isso é suficiente.” 
   Quantas lições podemos tirar dessa resposta! “Não precisa, não. A senhora já conversou comigo; isso é suficiente!” 
   Acredito que gestos assim, de falar e ouvir com amor, também fazem parte do “pão nosso de cada dia”.(T.C.W)


Texto extraído do Livro Um olhar para o vale 4, P.9
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quarta-feira, 19 de março de 2014

Um sábio conselheiro

http://www.reino.net.br
Muitas pessoas tornaram-se importantes porque receberam estímulos decisivos de parentes e amigos e tiveram a grandeza suficiente para aceitar conselhos de outros. Isso também aconteceu com o mais importante líder do povo de Israel: Moisés. Estímulos decisivos para cumprir sua missão de libertar o povo do Egito e liderá-lo no caminho à terra prometida Moisés recebeu de sua esposa e de seu sogro.
O início da relação entre Moisés e Jetro deu-se com um gesto de hospitalidade por parte deste. Êxodo 2.15-22 relata que, ao fugir do Egito para escapar das mãos do faraó, Moisés chegou a um poço na terra dos midianitas, uma região desértica ao norte da Península Arábica. Esse poço fornecia água para os rebanhos de cabras e ovelhas. Quando sete mulheres que queriam dar de beber a seu rebanho foram hostilizadas por outros pastores, Moisés defendeu-as e ajudou-as a dar de beber aos animais.
Essas mulheres eram filhas do sacerdote midianita Jetro (também chamado de Reuel, que significa “amigo de Deus”). Como sacerdote esse tinha autoridade e influência entre seu povo. Ao ouvir de suas filhas que um egípcio as ajudara, Jetro oferece ao estrangeiro a hospitalidade de sua casa, o que incluía proteção e a possibilidade de viver como um membro da família. A convivência na família resultou no casamento de Moisés com uma das filhas de Jetro: Zípora. 
Durante essa sua estada, Moisés também teve seu encontro com Deus e foi chamado para retornar ao Egito e libertar os israelitas da escravidão. Com a mesma abertura com que havia aceito Moisés como membro de sua família, Jetro também aceita agora os motivos alegados pelo genro para sair de casa. Em nenhum momento ele acusa Moisés de ingratidão por abandonar a família depois de ter sido tão bem recebido nela. Pelo contrário, ele entende a situação e despede-o com uma bênção: “Vai-te em paz!” (Êxodo 4.18). Além de saber acolher bem, Jetro também sabe quando é hora de deixar partir. O reencontro entre genro e sogro dá-se somente após o êxodo de Israel do Egito.
Depois de contar as novidades e celebrar o reencontro da família, Moisés volta às tarefas cotidianas de liderar um povo: “No dia seguinte, assentou-se Moisés para julgar o povo; e o povo estava de pé diante de Moisés desde a manhã até o por do sol” (Êxodo 18.13). Esse versículo mostra que o povo liberto ainda tinha problemas que precisavam ser resolvidos.
Viver em sociedade traz problemas e conflitos. Há muitos casos jurídicos. Nem tudo é perfeito no povo de Deus. Moisés tem que resolver todos os problemas. Por isso ele fica o dia inteiro julgando, à luz da vontade divina, os casos que lhe são trazidos. Jetro inicialmente observa em silêncio o que acontece. No final do dia, ele faz uma pergunta ao genro: “Que é isso que fazes ao povo?” (Êxodo 18.14). Moisés tenta justificar seu comportamento: “O povo vem a mim consultar a Deus” (Êxodo 18.15).
 A história termina com uma lição de Jetro. Depois de prestar sua assessoria, ele não quer nenhum cargo de destaque, mas deixa que seu genro e o povo de Israel continuem crescendo, a seu modo, no caminho para a liberdade. Jetro volta à sua vida rotineira: “Então, Moisés se despediu de seu sogro, e esse se foi para a sua terra” (Êxodo 18.27). Depois de dar sua contribuição para o crescimento do povo de Israel, Jetro sai sem alarde de cena, somente com a sensação do dever cumprido.


Texto extraído do livro Retratos - Exemplos de fé e vida, P.19
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quarta-feira, 12 de março de 2014

Lutero e a razão

http://www.jornalocaminho.com.br
A teologia de Lutero apresenta uma compreensão surpreendentemente moderna e inspiradora da razão e de seu papel na vida pública e privada. Lutero valorizava muito a razão humana em quase todos os assuntos terrenos. Ele considerava a razão o meio concedido por Deus para explorar a realidade psíquica, social e física e para moldar o mundo natural, social e moral.
Embora tivesse a razão em alta estima, é a crítica de Lutero à razão que recebeu toda a atenção. Para ele, a razão é uma faculdade da alma humana e faz, portanto, parte da natureza. Ela está vinculada ao mundo criado, ao tempo e ao espaço. Quando respeita suas próprias limitações, ela cumpre sua vocação dada por Deus. Quando extrapola o mundo empírico, incorre em erro. A razão é lamentavelmente inadequada, e até mesmo obstinadamente pecaminosa, em questões religiosas e espirituais. Para Lutero, a razão, quando empregada na religião, nunca atina com o Deus verdadeiro e acaba construindo ídolos de sua própria fabricação. A crítica incisiva de Lutero à razão no que tange à religião verdadeira e ao Deus verdadeiro está por trás de sua famosa condenação da razão como “prostituta” que se vende a qualquer um – e a qualquer empreendimento religioso – que pagar bem.
Temos de considerar ambos os aspectos – o apreço pela razão e a restrição crítica dela – na avaliação da razão humana feita por Lutero. Ambos os lados nos ajudarão a examinar como a razão pode ser considerada uma ferramenta inestimável para tecer argumentos em discussões na atualidade.

Texto extraído do Livro LUTERO - um teólogo para tempos modernos, P.198             Informações de como adquirir o livro em...