quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Pra não perder a alma

Para quem trabalho?
   As profissões que se dedicam ao cuidado visam, de modo geral,a ajudar pessoas ou instituições que se dedicam a cuidar. Contudo, é determinante que o profissional avalie suas motivações interiores e seus valores, que são determinantes na sua atuação profissional.
   
   Há dois modos básicos de “ser-no-mundo”, segundo Leonardo Boff: o trabalho e o cuidado. No mundo contemporâneo ocidental, o trabalho tornou-se um modo de dominação, no qual até mesmo a tecnologia deixa de ser um recurso de auxílio ao ser humano e passa a ser o objetivo em si mesmo. No entender de Boff, o modo-de-ser-no-mundo que se realiza pelo cuidado não se opõe ao trabalho, mas lhe confere outra tonalidade, pois a relação não se dá entre sujeito-objeto, mas entre sujeito-sujeito. A saúde torna-se uma busca contínua pelo bem-estar nas diversas dimensões, seja por dominação, seja pelo cuidado. Mesmo o profissional mais dedicado pode cair na armadilha da dominação pelo saber, fechando-se e fechando para seu paciente outras possibilidades de cura e cuidado.

  Se trabalhar é cooperar com Deus para colocar ordem no caos, é certo que a partir do trabalho realizam-se sonhos próprios e de outros. Diferentemente de uma ocupação ou um emprego que garantam a subsistência, o trabalho como vocação alavanca energias poderosas. Quem trabalha no que gosta, contudo, corre o risco de entrar em esgotamento, por muita idealização e/ou desapontamento.


Texto extraído do Livro Pra não perder a alma - O cuidado dos cuidadores
de Roseli M. Kühnrich de Oliveira, páginas 30 e 31.




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2 comentários:

  1. Conheço a autora e seu conhecimento na área em que escreve e atua. Recomendo a leitura deste livro a todos.

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