quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Confiar em Anjos

O anjo é um pensamento de Deus

   A palavra anjo deriva do termo grego angelos (mensageiro). Mensageiros têm a tarefa de entregar mensagens. O termo hebraico utilizado no Antigo Testamento para designar anjos – mal’ak – vai um pouco além, na minha opinião. O mensageiro torna-se aqui um procurador, um representante oficial, algo como um “embaixador”. 

      Anjos como embaixadores oficiais de Deus, como “representantes consulares” entre as pessoas, podem desempenhar suas funções de diferentes maneiras. Os anjos têm muito a fazer ao transmitir a bênção de Deus às pessoas. Esta é sua função: comunicar aos seres humanos a promessa de Deus e sua reivindicação, assim como a objeção de Deus em relação a nossas ações e omissões.
http://elmandotoledo.blogspot.com.br/2011/10/os-santos-anjos-de-deus.html

   Consta que o pensador místico medieval Mestre Eckhart teria afirmado que “os anjos são um pensamento de Deus”. Uma reflexão divina, leve e passageira, porém de grande alcance. Anjos são seres intermediadores. Enviados de outro mundo, tocam no mundo terreno. Não surgem por vontade nossa, não respondem a comandos, não podem ser retidos. São precisamente pensamentos divinos, que inesperadamente podemos sentir próximos de nós.
  
    Quando pensamentos divinos tocam as pessoas, essas vivenciam um certo distanciamento do mundo em que vivem. Todo o seu referencial solidamente estruturado de tempo, espaço e causalidade é suspenso, interrompido, desmantelado – mesmo que apenas por um instante. “Se um anjo nos falasse de sua filosofia, algumas frases provavelmente soariam como 2 mais 2 são 13.” Com essas palavras Georg Christoph Lichtenberg descreveu o que eu sinto. O próprio Lichtenberg, aliás,  considerava-se ateu.
  
  “Anjo, arranca-me do tempo!” Esse desejo, formulado pelo poeta Werner Bergengruen, não quer dizer outra coisa senão: dá-me distância do mundo, distância do espaço, do tempo e da matemática. Aqui e ali, num primeiro momento; eternamente, em última instância. Se compreendermos os anjos como pensamentos divinos, sua essência como representantes torna-se especialmente clara. Pensamentos não se pensam sozinhos. 



Texto extraído do Livro Confiar em Anjos de Helwig Wegner, P.62 e 63

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