quinta-feira, 8 de março de 2012

UM OLHAR SOBRE O MUNDO FEMININO

   Quem é a mulher da  atualidade?
                                                                                                                                 Por Luciana Thomé
Foto Stock.xchng
  
  O sociólogo francês Gilles Lipovetski analisou os papéis femininos no mundo contemporâneo e defende que a mulher não se encaixa mais no papel de vítima dominada pelo homem e tampouco no papel de mulher liberada e combativa apregoada pelo feminismo histórico. Segundo ele, existe uma terceira mulher, diferente dessas duas citadas. A complexidade que o assunto requer está contida no pensamento de Lipovetski. Mas talvez tenhamos que ir mais longe e reconhecer que podem existir ainda outros tipos femininos.    
    No mundo ocidental, ela é a mulher que batalha no mercado de trabalho, preocupada com a maternidade e as funções na família. Mas que, ao mesmo tempo, cobra uma efetiva parceria do companheiro. Ela pode ser a mulher erótica, a descolada, a Amélia, já tão consagrada na música popular brasileira. E se pensarmos nos países árabes, africanos e orientais, teremos uma diversidade ainda maior. Mas uma coisa é inegável: esse perfil complexo é fruto de décadas de batalhas para que a voz das mulheres fosse ouvida. 
   Essa opinião é defendida por Jussara Reis Prá, doutora em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP), professora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e na Pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Mulher e Gênero (NIEM/UFRGS).
 “Não podemos negar o movimento feminista que tivemos e temos, talvez hoje existindo com outra tonalidade, mas que contribuiu para alterar totalmente a participação da mulher na sociedade.
   Feminismo é um movimento social, Filosófico e político que tem o objetivo de eliminar os padrões opressores baseados em gêneros e criar uma vivência igualitária para homens e mulheres.
   As ativistas femininas fizeram campanhas pelos direitos legais das mulheres (direitos de contrato, direitos de propriedade, direitos ao voto), pelo direito da mulher à sua autonomia e à integridade de seu corpo e pelos direitos reprodutivos (incluindo o acesso à contracepção e a cuidados pré-natais de qualidade), pela proteção contra a violência doméstica, o assédio sexual e o estupro, pelos direitos trabalhistas, incluindo a licença-maternidade e salários iguais, e todas as outras formas de discriminação.
   Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) a igualdade de gêneros, com homens e mulheres tendo os mesmos direitos e responsabilidades, vai acontecer, mas demorará. 
   Um relatório intitulado As mulheres no mundo 2010: Tendências e estatísticas aponta os progressos alcançados e o que pode ser melhorado em oito áreas: população, família, saúde, educação, trabalho, poder e tomada de decisões, violência contra as mulheres, meio ambiente e pobreza. Alguns resultados são: 
  - Chefes de Estado ou de Governo são cargos que ainda são quase “imperceptíveis” para as mulheres. Em 2010, 18 mulheres ocupavam essas posições em 192 países pesquisados.
   - As taxas de mulheres vítimas de violência física variam de 12 a 59 por cento, dependendo de onde vivem, e a mutilação feminina mostra uma ligeira diminuição na África.
   - Existem aproximadamente 57 milhões de homens a mais do que mulheres no mundo.
  - Na África Subsaariana, foram registradas 270 mil mortes de gestantes em 2005, isto é, metade das mortes maternas do mundo. E, no mesmo local, as mulheres representam 60 por cento dos adultos soropositivos. 
   - Em nível global, a taxa de meninas em idade escolar matriculadas na escola primária aumentou de 79 para 86 por cento no período de 1999 a 2007. Mas na África Ocidental e Central, existe uma das menores taxas do mundo, com 60 por cento das meninas matriculadas. 
   - No ensino superior, o equilíbrio entre os sexos mudou em favor das mulheres, e o domínio dos homens diminuiu.
   - Os salários das mulheres representam de 70 a 90 por cento dos salários de seus colegas homens. As mulheres ainda são raramente empregadas em trabalhos com status, poder e autoridade. E a maternidade continua sendo uma fonte de discriminação no trabalho.
   Já tivemos Evita Perón, presidentes mulheres eleitas no Chile e na Argentina e, em 2011, assumiu a primeira mulher presidente do Brasil, Dilma Roussef.
    O mundo precisa do olhar feminino, porque as mulheres se preocupam com o outro, não só com o material”, enfatiza. Na área do trabalho, as mulheres ainda ganham menos do que os homens.
   Mas muitas foram às conquistas ao longo da história, e muitas outras ainda virão, sempre buscando a igualdade dos gêneros num mundo que privilegia a atuação de homens e mulheres.







(Texto extraído parcialmente da Revista Novolhar, p.10-13 – leia matéria completa).

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Um comentário:

  1. Parabens pelo blog e pela editora. Só faço uma ressalva quanto ao plano de fundo do blog, tirem a imagem deixem em uma só cor, isso facilita a leitura. Muitos não lêem os textos por causa do plano de fundo atrapalhando, mas se fosse um plano limpo leriam. Deus os abençoe sempre.

    Joelson Gomes
    Editor de publicações da ALIANÇA Congregacional
    http://gracaplena.blogspot.com

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