quarta-feira, 24 de abril de 2013

Por que ser cristão?

Deus é amor
   
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   A realidade do amor recebe singular ênfase na fé cristã. Ela tem a coragem de atribuir natureza amorosa ao próprio Deus. Mesmo que a sociedade sucumba em violência e ódio, o amor permanece. Ele já não é “produto” humano, e, sim, realidade cósmica. “Deus é amor” (1 João 4.16). É claro que tal afirmação não desincumbe o ser humano de, por sua vez, amar. Pelo contrário, o compromisso recebe inigualável reforço. E, no entanto, o amor não mais depende de iniciativa e de prática humanas. Ainda que o ser humano falhe, o amor de Deus é firme e não frustra..  
   A fé cristã bem sabe que essa afirmação é uma provocação, pois carece de provas, e as contra-evidências parecem ser esmagadoras. Onde está o amor de Deus no universo e no mundo? O que reina é a brutalidade, o acaso, o impiedoso jogo de forças. Ora, a fé cristã não nega essas dimensões da realidade. Não está cega para o mal e o absurdo. Ela se horroriza com os crimes, entre eles o da crucificação de Jesus. No entanto, por trás e em meio a essa realidade, ela enxerga uma outra, para a qual não existe outro termo senão “amor”. De repente, o horror da cruz de Jesus se torna transparente para o amor de Deus que estende a mão a quem sofre. Então a evolução do universo começa a apontar para a mão de Deus que chama à existência as coisas que não são (Romanos 4.17). Enfim, também para uma vida humana estragada surge esperança. O amor de Deus abre futuro, até mesmo para além da morte.
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   Que Deus seja amor não explica as coisas, mas faz vê-las em outra luz. Dá início a uma nova visão de realidade. Que esta, às vezes, é enigmática, incompreensível, até mesmo revoltante, não admite sombra de dúvida. Diz o apóstolo Paulo serem insondáveis os juízos de Deus e inescrutáveis os seus caminhos (Romanos 11.33s.). Ninguém tem a chave para os mistérios de Deus. Mesmo assim, somos convidados a crer no amor de Deus que nos presenteou com este mundo fantástico. A vida é benefício que vem de Deus, não ônus de um cego acaso. O planeta Terra é uma maravilha, um jardim do Éden, confiado à responsabilidade humana. Somos chamados a agradecer pelas numerosas dádivas de um Deus que quer a paz e não o mal para a sua criatura (Jeremias 29.11). Crer no amor de Deus ou não faz alguma diferença.
   A convicção de Deus ser amor recebeu forte embalo por Jesus Cristo. O “Pai nosso que está no céu”, invocado e representado por ele, vem em socorro da criatura. É o Deus que ama seus filhos e lhes perdoa as dívidas. Antes de impor qualquer compromisso, Deus ama. E se devemos nós amar também é porque ele nos amou primeiro (1 João 4.19). Antes de tomarmos consciência de nós mesmos, chamou-nos pelo nome para declarar-nos sua propriedade. Disto é sinal o batismo. Mas o amor de Deus vale para todos. Cabe à igreja difundir essa verdade. Deus amou o mundo de tal maneira que por ele deu seu Filho unigênito (João 3.16).
   Seja anotado não haver argumento mais forte em favor do “direito humano” do que o amor de Deus. Perante Deus, é claro, não existe “direito” nenhum. Mas perante a sociedade isso é diferente. Está obrigada a proteger o que Deus amou e a reservar-lhe o lugar social. 


Texto extraído do Livro Por que ser cristão? P.92
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