quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Por que ser cristão?

O duplo mandamento do amor

http://jovenslivrescomcristo.blogspot.com.br
   Amor somente por amor se aprende. É inútil exigir amor de quem nunca foi amado. A pedagogia que o explique. Não se pode esperar compaixão de menores que sempre foram espancados. Normalidade psíquica tem como condição a experiência da acolhida e do amparo. Pais que ficam devendo amor a seus filhos tornam-se culpados de predispô-los à frustração e à violência. Pela mesma razão é fundamental a noção de que o amor de Deus carrega o ser humano do primeiro até o último dia. Educação religiosa tem na transmissão dessa certeza um de seus grandes objetivos. Ela ajuda a prevenir a brutalização das relações sociais. 
   Não há quem tivesse insistido na importância do amor como o fez Jesus de Nazaré. Anuncia e vive o amor de Deus. Conseqüentemente é este também o principal mandamento: amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento, e amar o próximo como a si mesmo. Está aí o resumo de toda lei e os profetas (Mateus 22.34s.). Em princípio, Jesus não diz nenhuma novidade. Ambos os mandamentos se encontram no AT, o do amor a Deus em Deuteronômio 6.4s. e o do amor ao próximo, em Levítico 19.18. O que é novo é que Jesus vincula um ao outro e que dele faz o critério dos demais. Esse mandamento não é um entre outros iguais, é antes o juiz de todos, a norma orientadora. Lei que conflita com o amor não pode ser de Deus.
http://www.tresmulheresemuma.com.br
   Com isso, outras leis não ficam abolidas. Amor é motivação, mas precisa de detalhamento. Assim acontece no Decálogo. O amor a Deus proíbe a idolatria, o amor ao próximo veta o assassinato, a fraude, o falso testemunho e qualquer outra ação que venha a lesar a sua vida. Por analogia encontramos no NT grande número de advertências, de imperativos, de conselhos. Pretendem ser explicação dos deveres do amor. Nasce assim a ética cristã. Em sua raiz está o amor. Mas o amor deve pensar e analisar situações para não pecar por ignorância ou ingenuidade. Não basta dizer: Ama! É preciso dizer o que isto significa diante de problemas às vezes complexos.
   Convém sublinhar tratar-se de um duplo mandamento. Na verdade, a exigência é uma só, ou seja, amar. Mas o amor tem duas direções: Deus e a pessoa do próximo. Proíbe-se a confusão. Deus não é meu próximo e o próximo não é Deus. Por isso, o cumprimento dos mandamentos não será idêntico. Amar a Deus significa reservar a ele o culto. “Ao Senhor teu Deus adorarás, e somente a ele darás culto”, assim reagiu Jesus à tentação de Satanás (Mateus 4.10), citando Deuteronômio 6.13. O próximo não tem o direito de ser adorado. Quem cultua o próximo dele se tornou escravo. A liturgia é o privilégio exclusivo de Deus. Enquanto isso, devemos ao próximo a diaconia. Desta Deus não tem necessidade. O duplo mandamento quer que ajudemos ao próximo e louvemos a Deus.
  Seja ressaltado que amor ao próximo pressupõe o amor a si próprio. Falta de auto-estima é prejuízo para o amor. Ele se corrompe tanto por egoísmo como por autodesprezo. Para sua saúde necessita da fé. Pois fé que confia em Deus constrói a pessoa. Habilita assim ao amor que quer a felicidade do outro juntamente com a própria. 



Texto extraído do Livro Por que ser cristão? P. 93 e 94.
Mais informações de como adquirir o Livro em..






Nenhum comentário:

Postar um comentário