Há poucas certezas na vida de cada ser humano. Uma delas, porém, é a de
que a morte é o destino final de cada um de nós. Por todos os lados o indivíduo
é instado a tomar consciência da sua finitude, percebida não só pela certeza da
própria morte, mas atestada pela morte das pessoas que fazem parte de seu
círculo de convivência.
http://radicalteens.wordpress.com/2011/08/31/chorando/ |
O
que talvez alguns não percebam é que, quanto mais se interdita o tema da morte
no discurso do cotidiano, por temer o desconforto que o tema pode causar, tanto
mais força e poder a morte acabará tendo sobre quem a reprime. A tentativa
onipotente de negar a morte se configura numa forma equivocada de esconder a
impotência, vulnerabilidade e fragilidade humanas.
http://thaisbelomamede.blogspot.com.br/2011/12/cruz.html |
No meio religioso a
morte também é, por vezes, tabuizada. Cristãos são levados a crer que temer a
morte, se angustiar ou chorar a perda de familiares seria um ato de falta de
confiança plena em Deus ou a não aceitação do amor divino, visto que a Bíblia
afirma que “o amor divino expulsa o medo” (1 João 4.18).
Portanto, não há como embelezarmos a morte ou tirarmos dela o seu
“aguilhão”. Mesmo a fé em Deus não elimina por completo a tristeza, angústia,
medo e dor que sentimos diante da morte, seja da nossa própria ou de quem
amamos. O próprio Jesus Cristo, em sua humanidade plena, além de chorar pela
morte de seu amigo Lázaro, deu mostras de tais sentimentos ao afirmar, próximo
de seu sofrer e morrer no Calvário: “Pai, se possível, afasta de mim esse
cálice” (Mateus 26.39).
Tal como diz Lifton: “Não existe
amor sem perda. E não existe superação da perda sem alguma experiência de luto.
Não ser capaz de vivenciá-la é ser incapaz de entrar no grande ciclo de vida
humano [...]”
Texto extraído do Livro Sombras da Alma
Tramas e Tempos da Depressão, p. 224 e 225
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