segunda-feira, 22 de abril de 2019

Conversa com Marli Brun, uma das organizadoras e autoras de "Flor de Ipê"

Olá!

Esta semana,apresentamos a entrevista com a Pastora Marli Brun, uma das autoras e organizadoras do livro "Flor de Ipê: Experiências, orações, e bênçãos para consolo e fortalecimento de pessoas enlutadas".
Conheça mais sobre o conteúdo desta obra inédita, publicada pela Editora Sinodal em março deste ano.

Confira:

Como surgiu a ideia do projeto “Flor de Ipê”?


A ideia do projeto começou a ser construída no final de 2015, por ocasião do Culto de Finados na Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Picada 48, município de Lindolfo Collor/RS. Conversando com a Pastora Silvia Beatrice Genz, que na época era responsável pelo trabalho naquela paróquia (hoje é Pastora Presidente da IECLB), vimos a necessidade de ajudar pessoas enlutadas da comunidade, seus familiares, vizinhos e vizinhas. O fato de eu ser Pastora voluntária em Lindolfo Collor e atuar como assessora de projetos no Programa de Gênero e Religião da Faculdades EST, possibilitou uma união de forças entre a Comunidade e a Faculdade, resultando no Projeto de Ação Comunitária Flor de Ipê.


Em que consistiu o Projeto?


O Projeto Flor de Ipê é um espaço de estudo e de partilha. Com lágrimas nos olhos, contamos nossas histórias de dor e luto. Na palavra bíblica, encontramos esperança para prosseguir. Utilizando nosso conhecimento artístico, fizemos quadros para representar nossas histórias. Para fazer as orações, relemos nossas histórias e escrevemos nossa conversa com Deus. Assim surgiram as orações, assim nossas histórias se transformaram em pequenos quadros, que foram expostos em forma de cruz, tanto no Culto de Finados como em outras apresentações que fizemos na Faculdades EST e no Encontro da OASE do Núcleo Estância da Serra, do Sínodo Nordeste Gaúcho. Em 2019, nossas histórias e nossas orações se transformaram no Livro Flor de Ipê. Somos muito gratas à Editora Sinodal pela parceria.


Como foi o processo de vivenciar e compartilhar o luto em comunidade para as pessoas que participaram do Projeto “Flor de Ipê”?


Não é fácil falar de nossos sentimentos mais profundos. Cada pessoa tinha oportunidade para falar, mas nenhuma era obrigada a falar no grupo sobre sua dor. Algumas demoraram mais para compartilhar, outras menos. Quando sentimos que o grupo é um lugar seguro, surge a coragem para falar, para expressar nossos sentimentos. Quando relembramos tudo o que fizemos, sentimos alegria pelo que vivenciamos juntas. Foi duro, foi difícil, mas demos e continuaremos dando nosso testemunho de fé.


Como foi a experiência de compartilhar e externar as palavras de conforto e consolo com os ensinamentos teológicos para possibilitar a elaboração destas orações?


Aprendemos muito, juntas. Só de observar a dinâmica da árvore de ipê, já foi um grande aprendizado para nossa vida. No inverno, que pode ser comparado ao tempo mais difícil do luto, Deus faz surgir as flores de ipê. Que lindo isso! E nos perguntamos: Como podemos sentir a graça de Deus em meio ao sofrimento? Yolanda Gehm, uma das autoras, nos fez parar para pensar no luto dos animais. Dulce Herzer diz que o húmus faz a planta crescer, a fé, a solidariedade e a amizade ajudam as pessoas enlutadas a se fortalecer e a se sentir parte da comunidade. Vanessa Hoelscher lembra que no tempo de dor, as folhas amarelam, murcham e caem. Aos poucos, no entanto, ressurgem, assim como a vida ressurge no tempo de luto. Nossas histórias, nossas reflexões se transformaram em orações. Foi lindo sentar com cada pessoa, ler o depoimento (história) e elaborar juntas a oração. Gratificante foi ouvir a oração de quem veio para o encontro com sua oração escrita no papel.


Você crê que ter passado por uma ou mais experiências de perda ou luto pode auxiliar pessoas a enfrentar outras situações do cotidiano com mais maturidade e discernimento? Ou seja, qual é o objetivo deste livro?


O objetivo, num primeiro momento, foi valorizar nossas próprias orações, nossos próprios conhecimentos e dons que Deus nos deu, transformando em livro. Num segundo momento, foi poder ler nossas orações, as palavras de bênção e sentir Deus falando conosco através delas. Minha mãe faleceu no final do mês de fevereiro deste ano. Várias vezes acordei lembrando dela. No livro Flor de Ipê encontro palavras de consolo, de esperança, de bênção. Para mim, o “Flor de Ipê” é Deus falando comigo e contigo de diferentes jeitos, com sua palavra, com seu amor, com sua misericórdia.


Considerações pessoais:


Agradecimento especial à Pastora Silvia Beatrice Genz, à Pastora Marcia Blasi - coordenadora do Programa de Gênero e Religião - pela parceria na organização deste livro. Gratidão às autoras e a todas as pessoas que contribuíram e tornaram possível essa publicação. Gratidão a Christiane Westhelle que, em tempo de luto, escreveu as primeiras páginas desta obra, apresentando este trabalho. Gratidão à equipe da Editora Sinodal pela parceria. Que as palavras deste livro sejam bênção para quem as lê e para quem sente o seu perfume.

Pastora Marli Brun – organizadora e autora



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Até a próxima!



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