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A exposição da forte ambivalência
presente em Lutero não ajuda a fazer avaliações fáceis de sua
vida e teologia. A religiosidade moderna privilegia um meigo Jesus
amigável sobre um severo Deus punitivo. Até os luteranos que ajam
de uma maneira que corresponda à vontade de Deus – ao segundo uso
da lei, que acusa os seres humanos se seus pecados. Porém, se
pensamos sobre as várias dimensões de um mundo que está longe de
ser perfeito, um mundo que diariamente é mergulhado na violência e
degradação, então temos de admitir que os lados escuros da
realidade precisam ter um lugar em nossa imaginação religiosa.
O diabo talvez não seja o candidato
favorito das teólogas e teólogos modernos para configurar uma
imagem religiosa mais robusta do mundo em relação a Deus, mas
algumas tradições cristãs contemporâneas de fato levam o diabo em
consideração em suas ontologias. Com o diabo ou sem ele, a teologia
moderna tem de levar a sério a questão do estabelecimento de uma
relação da profunda aflição e dos poderes demoníacos do mundo
com Deus. Não é fácil encontrar uma terminologia responsável e
articular conceitos adequados para experiências dos aspectos
ameaçadores e esperançosos da realidade. As várias maneiras que
Lutero propôs para integrar os dois lados talvez não resistam ao
teste do tempo presente, mas sua articulação do problema é, pelo
menos, um bom ponto de partida. Deus deve ser concebido em relação
à realidade que ele determina através de seu poder. Lutero não
teve medo de se confrontar com essa relação, chegando inclusive ao
ponto de fazer algumas afirmações perigosas sobre Deus e os
inimigos de Deus. Nossa tarefa teológica contemporânea é levar,
corajosa e criticamente, as importantes questões de Lutero um passo
adiante.
Texto extraído do Livro Lutero um teólogo para tempos modernos, P. 112
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