Lutero
era um monge e professor universitário que nem sequer podia ser
designado de chefe de partido. Mesmo assim, na França, na Itália,
na Inglaterra e na Espanha, quem pretendesse inovar era designado de
“luterano” ou adepto da “seita” luterana. Ele próprio
voltou-se contra a designação “luterano”: “O que é Lutero? A
doutrina não é minha... Como eu, pobre e fedorento saco de vermes,
poderia designar os filhos de Cristo com meu desgraçado nome? Nada
disso, caros amigos, eliminemos os nomes partidários e designemo-nos
de cristãos, do qual temos o ensinamento”.
Quando
Lutero ficou sabendo de algumas das últimas resoluções de dietas e
das ameaças imperiais, ele se sentiu ameaçado e manifestou-se:
“Bem, meus queridos príncipes e senhores, vocês buscam apressar a
morte de minha pobre pessoa, e quando isso tiver acontecido, serão
vitoriosos. Mas, se vocês tivessem ouvidos para ouvir, eu lhes
contaria algo peculiar. Como seria se a vida de Lutero valesse tanto
diante de Deus que, caso não estivesse vivo, nenhum de vocês
estivesse seguro de sua vida ou governo e que sua morte significasse
desastre para todos vocês? Não é bom fazer piada com Deus.
Continuem! Enforquem e incendeiem! Não vou cair fora, se Deus o
permitir. Estou aqui e vos peço cordialmente, quando tiverem me
matado, não voltem a me ressuscitar e a matar mais uma vez. Como
vejo, Deus não me pôs a negociar com gente razoável, mas bestas
alemãs devem me matar”.
Lutero
diz estar pronto para morrer, mas, apesar de todos os editos, já
está com três anos de sobrevida. Ameaça os príncipes bêbados com
o juízo divino: “O que quereis, amados senhores? Deus é por
demais sábio para vocês; logo vos terá transformado em palhaços.
Ele também é por demais poderoso; logo vos terá liquidado”.
É
nessa situação que Lutero vai enfrentar a maior crise de sua vida.
E está despreparado. Até agora, a Palavra evidenciara--se maior do
que todos os poderes. O papa já não mais dominava a Alemanha; o
edito imperial não vingara. Agora, a Palavra batia contra muros mais
fortes. Lutero não percebeu o que acontecia. O mundo havia sido
modificado nos últimos três anos; mais três anos, o papado terá
findado. Deus poderia pôr um fim aos príncipes que se voltavam
contra o evangelho mais rapidamente ainda. Lutero não se valia da
história nem da política, mas de imagens da Bíblia. Naqueles dias,
estava traduzindo os profetas. Eles diziam que Deus enviaria
temporais que arrebentariam rochas, terremotos, fogo. Reis e senhores
confabulavam contra a palavra de Deus, mas “tu os destruirás com
cetro de ferro, como vasos os arrebentarás”, lia no Salmo. No
curto espaço de um ano, o mundo de Lutero seria novamente
transformado, e as esperanças que se avolumavam em torno de sua
pessoa seriam destruídas.
Texto extraído do Livro De Luder a Lutero, P. 214
Maiores informações de como adquirir o livro em ...
http://www.editorasinodal.com.br/produto/337698/de-luder-a-lutero
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