quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Adolescentes e suas transformações

Na era digital

   O jovem tem transitado cada vez mais em ambientes distintos. Nessa fase do desenvolvimento, as fronteiras entre o permitido e o proibido, o acessível e o inacessível são bastante flexíveis, já que as motivações essenciais do adolescente são o desafio e a descoberta. Nos diversos contextos de desenvolvimento em que circula, entre eles a família, a escola e os amigos, há significativa presença e influência das “Novas Tecnologias da Informação e Comunicação” (NTIC).
   Quem de nós conhece algum jovem que nunca tenha ligado ou estado frente a um computador, que não conheça a linguagem do espaço internáutico e que não saiba o funcionamento de um telefone celular, por exemplo? Podemos dizer que o contexto socioeconômico e cultural já não é mais um elemento diferenciador no que se refere ao uso e conhecimento das novas tecnologias.


    Estudiosos do tema (...) têm caracterizado essa geração como “NetGeneration”, “Geração Y”, “Geração digital”, entre outras denominações. Esses que hoje são jovens adultos, adolescentes ou ainda crianças cresceram e crescem na era da comunicação instantânea. 
   É comum que eles estejam frequentemente conectados a alguma mídia, muitas vezes a mais de uma simultaneamente. São consumidores de TV, rádio, internet, celular, videogames, entre outros. São sujeitos criados não somente num contexto globalizado, mas que também desenvolveram uma visão globalizada, complexa e com uma compreensão intuitiva das tecnologias atuais. Sendo assim, tendem a ser sujeitos curiosos e flexíveis. 

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    Algumas pesquisas feitas sobre as características dessa nova geração, revelaram que as repercussões do uso de tais tecnologias têm aparecido nas mais diversas áreas. Os estímulos e recursos tecnológicos do mundo pós-moderno, por exemplo, têm incidido até mesmo no aumento do quociente de inteligência (QI)  de crianças e adolescentes. 
   A tecnologia da informação difundiu-se e a capacidade de se comunicar/relacionar virtualmente com todo o planeta foi a grande descoberta compartilhada dentro e fora da família. Locais como as salas de bate-papo e os sites de relacionamento tornaram-se uma extensão dos espaços cotidianos do jovem, assim como o telefone celular passou a ser um aparelho acessível à maioria dos jovens.
   Frente a esse fenômeno, observa-se que as relações no campo virtual trazem, na adolescência, possibilidades de refúgio estratégico, que corresponde a necessidades desse período do desenvolvimento.  
    Nesse momento, é comum o adolescente, ao mesmo tempo em que necessita estar só, buscar encontrar-se em meio a uma multidão de amigos. Assim, em tempos de virtualidade, os jovens têm encontrado uma possibilidade ideal de suprir tais necessidades. 
   Nessa perspectiva, constata-se que na adolescência há uma necessidade natural de agrupamento, implementada pela transformação da relação com a família, da qual o jovem tende a buscar um relativo afastamento. Esse movimento do adolescente de busca do grupo de iguais normalmente vem acompanhado de um processo de mudança no contexto familiar. Esse período pode ser vivenciado positiva ou negativamente, dependendo de um somatório de elementos, que vão desde as condições de nascimento até do contexto atual no qual ele está inserido, num movimento de crescimento.


     A rápida transformação que a tecnologia trouxe nas relações do nosso cotidiano refletiu na forma de educar os filhos, por exemplo. Observa-se que esse fenômeno fez dos modelos, recursos e estratégias educativas recebidas das gerações anteriores pouco eficazes.
   O que foi dito pelo poeta libanês Khalil Gibran no século passado: “Teus filhos não são teus filhos, são filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma”, hoje tem sido reinterpretado por estudiosos do tema que dizem que nossos filhos são filhos da tecnologia da informação, pois quem “faz a cabeça deles”, mais do que as figuras de autoridade, pais e professores, são os estímulos do mundo moderno.
   Tais premissas não intencionam prognosticar a perda das funções educativas que a família e a escola têm desempenhado na vida dos jovens. Entretanto, alertam para a necessidade de considerar o aumento da complexidade do exercício educativo. Nesse processo, tanto ao adolescente como aos responsáveis por ele cabe a tarefa de inserir-se nesse contexto de intensas e rápidas transformações a fim de que possam criar novas modalidades de relacionamento.










Texto extraído do livro Adolescência e Comunicação Virtual, Coleção e agora.com, páginas 13 à 16


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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O chamado para o ministério e a ordenação

Estudos a partir de Lutero 
 Para Lutero: Deus estabeleceu que a pregação pública de sua Palavra deve ocorrer por intermédio de um ministério especial: o ministério pastoral. A incumbência e a autoridade para o exercício desse ministério não estão incluídas na competência do sacerdócio geral. A não ser em caso de necessidade, ninguém pode pregar publicamente a Palavra de Deus, invocando o sacerdóciuo geral, mesmo tendo toda a capacidade para isso.
            Como ocorre o chamado?
             Qual sua ligação com o ministério pastoral?



 
  
       1) Ministério pastoral e chamado
   Para o exercício do ministério pastoral, é necessário um chamado especial. “Verdade é, ninguém deve se impor ao ministério sem ter sido chamado...”  Ministério pastoral e chamado estão intimamente relacionados. Somente quando houver um chamado expresso, uma pessoa tem a incumbência e a autoridade para o exercício do ministério pastoral
   A única legitimidade para o exercício do ministério pastoral é o chamado. Por isso, quando surgir um pregador desconhecido, comunidades e cristãos devem perguntá-lo por seu chamado.  Procedendo assim, a comunidade protege-se de falsos pregadores, especialmente dos entusiastas , que não conseguem comprovar seu chamado.
    Quem chama os ministros é Deus. Ele instituiu o ministério e chama pessoas para o seu exercício. Outrora, ele chamava pessoas diretamente para que pregassem sua palavra: profetas e apóstolos.




   Hoje, em geral, Deus chama os responsáveis pelo ministério por ele instituído de maneira mediada, por meio de pessoas.  Deus age de maneira oculta, enquanto chama por meio de pessoas. É por intermédio da vocatio externa que o ministro recebe autoridade para o exercício do anúncio público na igreja.

2)  A autoridade para o chamado
   Depois das colocações acima, impõe-se a pergunta: Quem está autorizado a chamar o indivíduo para o ministério? Como o chamado acontece concretamente?
    Lutero sempre teve a convicção de que a igreja recebera a incumbência de chamar pessoas para o ministério. Essa igreja é o “santo povo cristão”, o “povo de Deus”, “a comunidade cristã”, como podemos ver ao longo de incontáveis escritos seus. Ela está autorizada a convocar, chamar ministros. Onde essa igreja chama, devemos ter a certeza de que ela age em nome de Deus.
    A comunidade deve zelar para que o ministro realmente pregue a Palavra de Deus. Ela deve julgar a doutrina, podendo vetar o chamado feito ao ministro.  Em razão do sacerdócio geral, todo cristão tem esse direito de veto e é corresponsável pelo chamado da igreja.

3)  O ato do chamado
   Para Lutero, “ordenar” era sinônimo de “chamar”; ordenação era chamado. Trata-se de um ato externo, realizado por seres humanos, no qual a igreja age e no qual acontece o chamado de Deus a um ministro. Esse chamado de Deus por meio de ato externo é pressuposto para o exercício do ministério. A sequência desse ato, porém, é secundária; o importante é que corresponda à essência do chamado.

"Divulgação: Sínodo Sul-Rio-Grandense"

   A ordenação era realizada na presença da comunidade, que era convidada a interceder pelo ministro.  Interessante é que, em nenhum momento, as formulações, orações e leituras dão qualquer indicativo de que o ordenando recebia qualquer dom especial. As leituras falavam dos deveres e admoestavam o ministro. Lutero também não analisou efeitos ou consequências dos atos e gestos. A ordenação era um acontecimento simples, que tinha seu sentido maior na incumbência que Deus dava. A ordenação era incumbência pública para o exercício do ministério da igreja.

4)  A qualificação para o ministério
   Para a eleição, ainda se deveria observar o seguinte: a pessoa somente participa do sacerdócio geral se vive na fé. Só Deus sabe se a pessoa crê ou não. Por isso nem os que dirigem o chamado podem saber se quem foi chamado crê ou não. Eles dependem de determinados sinais. É importante que tenha dons que lhe possibilitem o exercício do ministério pastoral.  Lutero mencionou passagens das epístolas pastorais para falar desses dons (Tito 1.5; 2 Timóteo 2.2; 1 Timóteo 3.2).

(Extraído do livro: Igreja. Ministério, Chamado e Ordenação, de Martin N. Dreher, p. 55-86)





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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Chegou a Revista Novolhar Nº 43 - Janeiro e Fevereiro 2012

Quem já não ouviu falar de Boitatá, Curupira, Mula-sem-cabeça e Saci-Pererê? Quem já não ouviu falar de danças folclóricas? De comidas típicas de cada pais? De canções folclóricas, como Prenda Minha e Negrinho do Pastoreio? Lendas, mitos, comida, canções, festas, danças, músicas são manifestações do folclore. Em cada país vamos encontrar manifestações populares que podem ser consideradas de caráter folclórico porque vêm da tradição popular. A palavra folclore tem origem na língua inglesa: “folk” em inglês quer dizer povo, e “lore” quer dizer cultura. Folclore é manifestação cultural, manifestação de um povo.
O Brasil tem diferentes manifestações culturais. De Norte a Sul, Leste a Oeste podemos identificar tais manifestações que têm nas etnias que formam a nossa gente e impregnam a nossa historia. Nosso folclore é rico e diversificado. Se no Sul falamos em chula como uma dança típica, o maracatu é uma dança nordestina. Já no Sudeste vamos dançar a Catira e no Norte o Carimbó.
Nessa edição, a Novolhar traz aos leitores e leitoras uma abordagem sobre o tema do folclore a partir da experiência exitosa de uma cidade gaúcha que promove um festival internacional de grupos folclóricos. É uma tentativa de buscar no cultivo de diferentes tradições a nossa raiz, a nossa identidade e a valorização da diversidade cultural que forma o nosso povo brasileiro. Longe de querer esgotar este assunto tão rico e tão variado, essa edição traz em seu tema forma de capa artigos instigantes e motivadores para que valorizemos nossas tradições culturais a fim de promover o entendimento e alegria de pertencemos ao povo brasileiro.
Destacamos ainda a entrevista com Rev. Nilton Giese, secretário-geral da Conselho Latino- Americano de Igrejas (CLAI), com sede em Quito, Equador. Giese defende um ecumenismo de gestos concretos. Outro artigo fala da solidariedade internacional na Colômbia, que ajuda famílias de agricultores ameaçados por guerrilheiros e forças paramilitares. Duas novas colunas marcam a primeira edição de 2012: Mosaico bíblico e Sustentabilidade.

Desejamos aos leitores, às leitoras, aos colaboradores, às colaboradoras e aos anunciantes um novo ano repleto de alegrias, realizações e esperança renovada naquele que é o Senhor da humanidade.

Editorial Novolhar

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