quarta-feira, 28 de maio de 2014

Não tenha medo, tenha fé

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Para nossos medos, ou qualquer outra coisa que venha a se tornar uma carga que oprime e sufoca, devemos lembrar que temos quem venha acalmar as tempestades. E dele ouvimos o mesmo conselho, como o fez a Jairo, quando este pedia pela cura de sua filha: “Não tenha medo; tenha fé” (Marcos 5.36).
   Pesquisadores da Bíblia afirmam que o conselho “Não tenha medo” aparece 365 vezes nos textos sagrados – uma recomendação para cada dia do ano. O medo há de surgir de vez em quando em nossa vida, e é bom que tenhamos uma determinada dose de medo, isso serve como defesa. Mas ele não pode nos acovardar ou assumir o comando de nossa vida. Afinal, Jesus também promete: “Não vou deixá-los abandonados” (João 14.18). E mais, promete interceder junto ao Pai para que este nos dê “outro Auxiliador, o Espírito da verdade, para ficar com vocês para sempre” (João 14.16). É a esperança que só tem quem está mergulhado no mistério da fé – fé na presença do Mistério. Sentindo-nos amparados, o sofrimento pode até derrubar, mas não podemos cair mais fundo do que nas mãos do Pai.
   Ter fé é poder crer apesar do próprio medo, jogar a rede mesmo que já tenha tentado outras muitas vezes.
   Quem se ocupa por demais em sofrer, em cultivar suas dores e sofrimentos, torna-se chato como um disco de vinil riscado – não tocará nunca toda a música que seria capaz de tocar. Imagine que alguém esteja ouvindo a Nona Sinfonia de Beethoven e, por causa de um disco ou CD riscados, reclame o tempo todo de como essa música é chata. Está ouvindo só fragmentos mal colocados de uma linda composição.
   Deus não põe cargas. Quando a vida ou nós mesmos nos colocamos cargas, é Deus quem as alivia e carrega conosco.



Texto extraído do Livro Quando a vida dói, P. 78 a 81










quarta-feira, 21 de maio de 2014

O que entendemos por superstição?

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Após muita reflexão, formulei 12 itens sobre o termo superstição é visto e entendido na maioria dos que se ocupam com o assunto. Esses 12 itens foram formulados livremente por mim e a partir da literatura consultada. Coloco as frases entre aspas para indicar que o conteúdo é fruto de pesquisa e reflexão.

1 - "A palavra superstição vem do latim superstitio e significa: medo inquietante diante daquilo que ultrapassa o usual da fé oficial e reconhecida."
2 – “Sentimento religioso baseado no temor ou na ignorância, que induz ao conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas, à confiança em coisas ineficazes e ao apego exagerado e infundado a qualquer coisa.”
3 – “Superstição é fé em acontecimentos sobrenaturais que contradizem as convicções e compreensões religiosas e científicas contemporâneas.”
4 – “Os elementos da superstição remetem a experiências que acompanham o homem desde os primórdios de sua história e mostram como ele se comporta diante daquilo que ultrapassa a sua capacidade de compreensão.”
5 – “Superstição não é algo estático e definível, mas é algo que desperta elementos de uma fé primitiva. Também parece trazer à tona, na memória de certas pessoas, antigos conceitos de mundo.”
6 – “Uma comparação do imaginário e das práticas da superstição em diversos povos e em diferentes épocas mostra que os conceitos básicos são, de modo geral, os mesmos; diferenciam-se apenas de acordo com o desenvolvimento cultural alcançado e pelas peculiaridades locais. Essa uniformidade de elementos básicos não provém de casualidades, mas faz parte da essência psíquica do homem.”
7 – “A superstição, portanto, não é uma manifestação que surgiu uma vez em algum lugar e de lá se expandiu entre os povos. Ao contrário, ela aparece espontaneamente em qualquer tempo e em qualquer lugar, de maneira criativa, das profundezas da essência humana e por isso deve ser vista como um fenômeno humano.”
8 – “Os principais elementos da superstição giram em torno de ritos ou atos de magia e prescrições através dos quais se quer banir desgraças ou então assegurar proteção e salvação.”
9 – “A afirmação de que os poderes da superstição seriam irreais alucinações, enquanto a fé estaria alicerçada em vivas e reais forças religiosas, não vale, porque a pessoa que se envolve com os poderes da superstição experimenta-os como reais.”
10 – “O conhecido psicólogo suíço Carl Gustav Jung vê na superstição um arquétipo de experiência religiosa. Lembra e acentua que, na língua alemã, os termos fé e superstição
(Glaube e Aberglaube) têm a mesma raiz. Mas, em sua opinião, a superstição sempre está relacionada a medo e gera neuroses; por isso ela precisa ser superada.”
11 – “Sobre tudo o que está relacionado com o mundo da superstição, magia e ocultismo pairam mistérios, crenças e forças que exercem uma forte atração sobre certas pessoas. Por isso é importante saber o que acontece nesse mundo que atrai tantas pessoas e é repelido por outras tantas.”
12 – “Há uma infinidade de literatura sobre o assunto. No meu entender, a maioria desse material é sensacionalista. Alguns autores veem no mundo da superstição apenas manifestações folclóricas e uma inocente religiosidade popular. Outros pintam-no como um pecado capital, do qual os envolvidos
dificilmente conseguirão libertar-se.”
(Nelso Weingärthner)

Texto extraído do Livro Mundo da Superstição - orientação para a vida de fé, P.14 e 15
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quarta-feira, 14 de maio de 2014

Para nós há um só Deus

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 “Pastor! Deus é um só em todas as religiões.” Não raro é esse o argumento de quem abandona sua tradicional comunidade de fé para se filiar a outra. A “troca de religião”, pois, seria uma questão apenas formal, não afetando o credo. A gente mudaria o rótulo, não o conteúdo. 
   Continuamos crendo naquele Deus que é o mesmo para todas as pessoas. É assim que se fala. Então já não faz diferença se somos católico sou luteranos, cristãos ou budistas, espíritas ou adeptos de uma das numerosas igrejas pentecostais que se espalham pelo país. Em última análise, tudo daria no mesmo. É correto pensar assim?
   Ora, por um lado não há como discordar. Deus de fato é um só. A igreja cristã jamais admitiu o politeísmo, ou seja, a crença em muitos deuses. Ela defende o “monoteísmo”. Trata-se de um legado recebido do antigo povo de Israel, que foi enfático em rejeitar o culto a outras divindade são lado daquele Deus que o libertara da escravidão do Egito e que com ele firmou uma aliança. Diz o primeiro mandamento: “Eu sou o Senhor, teu Deus [...] Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.1s).
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   Tal formulação não deixa margem para dúvidas. Israel sempre abominou a idolatria. O mesmo se observa no Novo Testamento. À pergunta pelo principal mandamento Jesus responde citando Dt 6.4s. Ele diz: “O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor! Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força” (Mc 12.29). Que Deus seja um só é o pressuposto indiscutível de todo o Novo Testamento e por isso também da igreja cristã. Para ela existe “um só Deus e Pai de todos” (Ef 4.5s). Juntamente com o judaísmo e o islamismo, o cristianismo é tido como uma das grandes religiões monoteístas do mundo.
   Mesmo assim há fortes diferenças. Ainda que Deus seja um só, as maneiras de adorá-lo variam. São outras as imagens de Deus aqui e lá. Monoteísmo nem sempre significa a mesma coisa. Que Deus seja amor (1Jo 4.16) não tem analogia na religião muçulmana. O Deus Alá, de quem Maomé se sabia profeta, quer ver respeitados outros mandamentos do que o Pai de Jesus Cristo. Ele é autoridade absoluta, cujas determinações não necessitam de justificação. Ele é soberano e exige “dedicação” integral dos fiéis. Aliás, seria esse o significado original de “islã”.
   Diferenças existem também com relação ao Deus do Antigo Testamento. Apesar de que Jesus se sabia comprometido com o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, ele fez uma releitura das sagradas tradições de Israel. Insistiu no amor que não exclui nem mesmo o inimigo (Mt5.43s). Deu mais valor à fé do que ao cumprimento formal da lei. Isso é novo e muda o discurso sobre Deus. Ficam excluídas desde já as imagens de um Deus vingativo, tirano, opressor. Deus é antes como aquele pai na parábola do filho pródigo que se compadece da criatura e sabe perdoar (Lc 15.11s). É uma concepção de modo algum compartilhada por outras religiões, nem mesmo por certos grupos cristãos.
   Ainda que se professe o monoteísmo, não existe nenhum consenso sobre como falar de Deus devidamente.

Texto extraído do livro Sabedoria da fé, num mundo confuso, P. 33
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