Estudos a partir de Lutero
Para Lutero: Deus
estabeleceu que a pregação pública de sua Palavra deve ocorrer por intermédio
de um ministério especial: o ministério pastoral. A incumbência e a
autoridade para o exercício desse ministério não estão incluídas na competência
do sacerdócio geral. A não ser em caso de necessidade, ninguém pode pregar
publicamente a Palavra de Deus, invocando o sacerdóciuo geral, mesmo tendo toda
a capacidade para isso.
Como
ocorre o chamado?
Qual sua ligação com o ministério pastoral?
1) Ministério pastoral e chamado
Para o exercício do ministério pastoral, é necessário um chamado especial. “Verdade é, ninguém deve se impor ao ministério sem ter sido chamado...” Ministério pastoral e chamado estão intimamente relacionados. Somente quando houver um chamado expresso, uma pessoa tem a incumbência e a autoridade para o exercício do ministério pastoral
A única legitimidade para o exercício do ministério pastoral é o chamado. Por isso, quando surgir um pregador desconhecido, comunidades e cristãos devem perguntá-lo por seu chamado. Procedendo assim, a comunidade protege-se de falsos pregadores, especialmente dos entusiastas , que não conseguem comprovar seu chamado.
Quem chama os ministros é Deus. Ele instituiu o ministério e chama pessoas para o seu exercício. Outrora, ele chamava pessoas diretamente para que pregassem sua palavra: profetas e apóstolos.
Hoje, em geral, Deus chama os responsáveis pelo
ministério por ele instituído de maneira mediada, por meio de pessoas. Deus age de maneira oculta, enquanto chama
por meio de pessoas. É por intermédio da vocatio externa que o ministro
recebe autoridade para o exercício do anúncio público na igreja.
2) A
autoridade para o chamado
Depois das colocações acima, impõe-se a pergunta: Quem
está autorizado a chamar o indivíduo para o ministério? Como o chamado acontece
concretamente?
3) O
ato do chamado
Para Lutero, “ordenar” era sinônimo de “chamar”;
ordenação era chamado. Trata-se de um ato externo, realizado por seres humanos,
no qual a igreja age e no qual acontece o chamado de Deus a um ministro. Esse
chamado de Deus por meio de ato externo é pressuposto para o exercício do
ministério. A sequência desse ato, porém, é secundária; o importante é que
corresponda à essência do chamado.
"Divulgação: Sínodo Sul-Rio-Grandense"
A ordenação era realizada na presença da comunidade, que
era convidada a interceder pelo ministro.
Interessante é que, em nenhum momento, as formulações, orações e
leituras dão qualquer indicativo de que o ordenando recebia qualquer dom
especial. As leituras falavam dos deveres e admoestavam o ministro. Lutero
também não analisou efeitos ou consequências dos atos e gestos. A ordenação era
um acontecimento simples, que tinha seu sentido maior na incumbência que Deus
dava. A ordenação era incumbência pública para o exercício do ministério da
igreja.
4) A
qualificação para o ministério
Para a eleição, ainda se deveria observar o seguinte: a
pessoa somente participa do sacerdócio geral se vive na fé. Só Deus sabe se a
pessoa crê ou não. Por isso nem os que dirigem o chamado podem saber se quem
foi chamado crê ou não. Eles dependem de determinados sinais. É importante que
tenha dons que lhe possibilitem o exercício do ministério pastoral. Lutero mencionou passagens das epístolas
pastorais para falar desses dons (Tito 1.5; 2 Timóteo 2.2; 1 Timóteo 3.2).
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