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Oração é troca entre humano e Deus. Martim Lutero já
aconselha: ''Ore como se tudo dependesse de Deus, aja como se tudo dependesse de
você''. É um bom conselho!
Na capela Keble do
Colégio de Oxford, no Reino Unido, há o original da pintura de Holman Hunt
intitulada A Luz do Mundo. A pintura apresenta Cristo segurando uma
lanterna e batendo numa porta fechada, sem trinco para o lado de fora. O
artista deixa um precioso recado nessa delicada pintura: se o trinco da porta
está do lado de dentro, somente quem estiver dentro da casa tem o poder de
abri-lá, deixando a vida entrar. Para que a vida habite em mim é preciso que
encontre um espaço aberto em mim para que possa entrar.
A oração é esse
momento em que portas são destrancadas e janelas escancaradas para que um novo
vento possa soprar ali. Para que mofos e ranços possam ser removidas e cheiros
novos encontrem lugar.
A preocupação da
gente e a graça de Deus tocam-se na oração – quando céu e terra se encontram. É
quando o ser humano se dá conta que sozinho consegue somente ir até um
determinado ponto do caminho, mas com Deus vai muito mais longe. Então é capaz
de clamar com o salmista: “ E se tenho a ti, que mais poderia querer na terra?”
(Salmo 73.25).
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Quando sentimos
vontade de orar é porque estamos com saudades. Assim, na Santa Ceia – no pão e
no vinho – alimentamos-nos da ausência sempre presente de Cristo. Ele mesmo
recomendou que o fizéssemos em sua memoria. Quer dizer que celebrar a comunhão
na Santa Ceia é um jeito de matar a saudade.
Oração é estar só
sem estar. É pena que nós ocidentais, como descreve Frei Betto, tenhamos tanta
“dificuldade de orar devido ao nosso
racionalismo. Em geral, ficamos na soleira da porta, entregues à oração que se
apoia nos sentidos (músicas, dança, mirar vitrais ou paisagens, etc.) ou na
razão (fórmulas, leituras, reflexões, etc.). Orar é entrar em relação de amor”.
Uma relação de amor pressupõe conversa, assim como Martim Lutero conversa com
Deus:
Vê, Senhor, eu sou um
vaso vazio,
que carece ser enchido.
Enche-me, meu Senhor.
Sou fraco na fé,
fortalece-me,
Sou frio no amor,
aquece-me,
faze meu coração
arder para que
meu amor transborde,
envolvendo o meu
próximo.
Em minha carência só
há pecado;
em ti, Senhor,
há plenitude de
justiça.
Por isso permaneço
contigo.
A ti não preciso dar.
De ti posso receber.
Texto extraído do
Livro Quando a vida dói, Confiança nos momento de angústia. P. 63 e 64
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