Estamos acostumados a falar dos direitos inalienáveis da
pessoa, como, por exemplo, o direito à vida, à liberdade, à educação e ao
lazer. Pouco falamos, todavia, de direitos dos animais. Para muitos, o assunto
é até estranho. As ideias, filosofias e teologias centradas nas pessoas e,
atualmente, no indivíduo são construídas sobre o pressuposto de que tudo o que
existe pode ser utilizado em benefício dos seres humanos: sua preservação, seu
aprimoramento e progresso, seu bem-estar, sua felicidade, seu poder. Essa visão
utilitarista não admite direitos próprios dos animais. Essa, no entanto, não
pode ser a visão da comunidade cristã. A Bíblia contém textos muito antigos,
que advogam a necessidade de os humanos respeitarem os direitos básicos dos
animais.
Os animais são
especialmente mencionados também no mandamento do descanso semanal: “Seis dias
trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu
Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem
o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal
algum teu, nem o estrangeiro das tuas portas para dentro” (Deuteronômio 5.13s;
cf. Êxodo 23.12; 20.10). É fácil imaginar que os chefes de família observavam o
descanso semanal, mas não permitiam que membros dependentes da família gozassem
do mesmo direito. Por isso tornou-se necessária a menção explícita dos membros
da família com direitos reduzidos: filhos, servos e estrangeiros. O que mais
chama a atenção é que também os animais domésticos são mencionados como
merecedores de descanso semanal. Sem o descanso não há vida plena nem digna –
também para os animais domésticos.
Há textos que
mostram sensibilidade para com animais atormentados ou maltratados. Em
Deuteronômio 22.4, temos um desses casos: “Se vires o jumento ou o boi do teu
irmão caído no caminho, não te desviarás deles. Ajuda teu irmão a levantá-lo!”.
Aparentemente, às vezes, bois e jumentos tinham que carregar cargas tão
pesadas, que não aguentavam o peso e desabavam. Aquele que presenciar uma cena
dessas não deve furtar-se a auxiliar a recolocar o animal em pé. Através desse
gesto presta-se um auxílio ao animal e a seu proprietário.
Texto extraído do livro Espiritualidade e compromisso, p.
48 e 49
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uma pessoa pode abrir mão de um direito,um animal não por isso eles não tem direitos
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