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Muitas pessoas tornaram-se importantes porque receberam estímulos decisivos
de parentes e amigos e tiveram a grandeza suficiente para aceitar
conselhos de outros. Isso também aconteceu com o mais importante
líder do povo de Israel: Moisés. Estímulos decisivos para cumprir
sua missão de libertar o povo do Egito e liderá-lo no caminho à
terra prometida Moisés recebeu de sua esposa e de seu sogro.
O
início da relação entre Moisés e Jetro deu-se com um gesto de
hospitalidade por parte deste. Êxodo 2.15-22 relata que, ao fugir do
Egito para escapar das mãos do faraó, Moisés chegou a um poço na
terra dos midianitas, uma região desértica ao norte da Península
Arábica. Esse poço fornecia água para os rebanhos de cabras e
ovelhas. Quando sete mulheres que queriam dar de beber a seu rebanho
foram hostilizadas por outros pastores, Moisés defendeu-as e
ajudou-as a dar de beber aos animais.
Essas
mulheres eram filhas do sacerdote midianita Jetro (também chamado de
Reuel, que significa “amigo de Deus”). Como sacerdote esse tinha
autoridade e influência entre seu povo. Ao ouvir de suas filhas que
um egípcio as ajudara, Jetro oferece ao estrangeiro a hospitalidade
de sua casa, o que incluía proteção e a possibilidade de viver
como um membro da família. A convivência na família resultou no
casamento de Moisés com uma das filhas de Jetro: Zípora.
Durante
essa sua estada, Moisés também teve seu encontro com Deus e foi
chamado para retornar ao Egito e libertar os israelitas da
escravidão. Com a mesma abertura com que havia aceito Moisés como
membro de sua família, Jetro também aceita agora os motivos
alegados pelo genro para sair de casa. Em nenhum momento ele acusa
Moisés de ingratidão por abandonar a família depois de ter sido
tão bem recebido nela. Pelo contrário, ele entende a situação e
despede-o com uma bênção: “Vai-te em paz!” (Êxodo 4.18). Além
de saber acolher bem, Jetro também sabe quando é hora de deixar
partir. O
reencontro entre genro e sogro dá-se somente após o êxodo de
Israel do Egito.
Depois
de contar as novidades e celebrar o reencontro da família, Moisés
volta às tarefas cotidianas de liderar um povo: “No dia seguinte,
assentou-se Moisés para julgar o povo; e o povo estava de pé diante
de Moisés desde a manhã até o por do sol” (Êxodo 18.13). Esse
versículo mostra que o povo liberto ainda tinha problemas que
precisavam ser resolvidos.
Viver
em sociedade traz problemas e conflitos. Há muitos casos jurídicos.
Nem tudo é perfeito no povo de Deus. Moisés tem que resolver todos
os problemas. Por isso ele fica o dia inteiro julgando, à luz da
vontade divina, os casos que lhe são trazidos. Jetro inicialmente
observa em silêncio o que acontece. No final do dia, ele faz uma
pergunta ao genro: “Que é isso que fazes ao povo?” (Êxodo
18.14). Moisés tenta justificar seu comportamento: “O povo vem a
mim consultar a Deus” (Êxodo 18.15).
A
história termina com uma lição de Jetro. Depois de prestar
sua assessoria, ele não quer nenhum cargo de destaque, mas deixa que
seu genro e o povo de Israel continuem crescendo, a seu modo, no
caminho para a liberdade. Jetro volta à sua vida rotineira: “Então,
Moisés se despediu de seu sogro, e esse se foi para a sua terra”
(Êxodo 18.27). Depois de dar sua contribuição para o crescimento
do povo de Israel, Jetro sai sem alarde de cena, somente com a
sensação do dever cumprido.
Texto extraído do livro Retratos - Exemplos de fé e vida, P.19
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