quarta-feira, 12 de março de 2014

Lutero e a razão

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A teologia de Lutero apresenta uma compreensão surpreendentemente moderna e inspiradora da razão e de seu papel na vida pública e privada. Lutero valorizava muito a razão humana em quase todos os assuntos terrenos. Ele considerava a razão o meio concedido por Deus para explorar a realidade psíquica, social e física e para moldar o mundo natural, social e moral.
Embora tivesse a razão em alta estima, é a crítica de Lutero à razão que recebeu toda a atenção. Para ele, a razão é uma faculdade da alma humana e faz, portanto, parte da natureza. Ela está vinculada ao mundo criado, ao tempo e ao espaço. Quando respeita suas próprias limitações, ela cumpre sua vocação dada por Deus. Quando extrapola o mundo empírico, incorre em erro. A razão é lamentavelmente inadequada, e até mesmo obstinadamente pecaminosa, em questões religiosas e espirituais. Para Lutero, a razão, quando empregada na religião, nunca atina com o Deus verdadeiro e acaba construindo ídolos de sua própria fabricação. A crítica incisiva de Lutero à razão no que tange à religião verdadeira e ao Deus verdadeiro está por trás de sua famosa condenação da razão como “prostituta” que se vende a qualquer um – e a qualquer empreendimento religioso – que pagar bem.
Temos de considerar ambos os aspectos – o apreço pela razão e a restrição crítica dela – na avaliação da razão humana feita por Lutero. Ambos os lados nos ajudarão a examinar como a razão pode ser considerada uma ferramenta inestimável para tecer argumentos em discussões na atualidade.

Texto extraído do Livro LUTERO - um teólogo para tempos modernos, P.198             Informações de como adquirir o livro em...







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