Que
Natal estranho!
Este
é um tempo festejado ano após ano; o Natal não deixa de pôr seus
acentos. A gente o vê em toda parte. Comemora quem crê. E também
festeja quem não crê. E convém que assim seja. Afinal, Deus está
conosco no Natal. A gente se alegra com esta maravilha que é nosso
Deus. Não é mera idéia. Nem é alguma ilusão. E muito menos um
tipo de construção. Ele é presença entre nós.
Tudo isso é muito
concreto. Tem data e local. Acontece em Belém, na manjedoura, em
torno de um menino. Assim aparece a amizade de Deus por nós:
concreta, palpável. Vale a pena comemorar tamanha amizade, tão
maravilhoso aconchego de Deus em nossa vida. O que, aliás, vale para
crentes e descrentes. Mas por falar em manjedoura, que estranho!
Parece não caber no quarto. Por isso os presépios tanto a enfeitam.
Embelezam sua feiúra. Escondem seu mau cheiro. De todo jeito, foi na
manjedoura que floriu a amizade de Deus. Estranho!
E
Herodes não gostou. Mandou procurar o menino. Pediu que fosse
denunciado seu paradeiro. E para apanhá-lo, mandou logo matar duas
mil crianças que corriam pelas ruas de Belém. Herodes, este chefe
todo-poderoso, não se agradou dessa amizade de Deus. É que Deus vem
a nós de jeito estranho, inesperado. Faz-se rodear por gente que nem
parece ser, por esses tipos que vivem junto às manjedouras e aos
lixos do mundo. Começa por convidar pastores de ovelhas, gente
difamada e malvista. Convoca doentes e doidos. Felicita empobrecidos.
E tudo fica às avessas.
Estava
tudo tão claro e ordenado. Uns no poder e outros excluídos de tudo.
Herodes lá no palácio. E os demais cá na miséria. Todos já se
haviam acostumado. Davam-no como aceito, normal, quase natural. E
Deus põe tudo às avessas. Não vai ao palácio, para nascer por lá.
Vem pela manjedoura, rodeado de gente desfigurada, com cara e cheiro
dos porões de humanidade.
Que Natal estranho!
Texto extraído do Livro Celebrar Natal em família e comunidade, P.70
Maiores informações de como adquirir o Livro em ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário