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A água é
o elemento do qual se origina a vida. Mas a água não é um
elemento em que um ser humano consiga viver. Ela é um
símbolo tanto da vida quanto da morte. Quem cair na água
morrerá
se ninguém o tirar dela. A água reproduz o que aguarda um ser
humano que ingressa neste mundo: Ele passa a viver. A vida não
será sem medo e sofrimento, e o ser humano pode sucumbir
nela. De
maneira alguma poderá escapar de se tornar culpado, e talvez
toda a sua vida se arruíne por causa dessa culpa. Ele tem,
em todos os casos, a morte diante de si, mas essa será
definitiva
se alguém, por assim dizer, não o tirar dela.
Antigamente
isso ficava mais claro, quando ainda se mergulhavam as
crianças totalmente na água, até o fundo das velhas pedras
batismais profundamente escavadas. Essas pedras batismais
representavam,
como se fossem a metade inferior de uma esfera, a metade
inferior do mundo, em que o sofrimento, a culpa e a morte
tudo determinam. Mas, diz o Batismo, o ser humano é puxado
para
fora de seu sofrimento, de sua culpa e de sua morte – para uma
outra vida.
O
Batismo diz algo sobre o começo de uma vida. Ele diz: Você vem
de uma origem que tem sua causa na ação criadora de Deus.
Por isso diz-se: Eu te batizo em nome do “Pai”, que criou o
mundo e
que deu a você a vida. Você não é, portanto, apenas o/a filho/a
de dois seres humanos. O Pai de tudo que vive reconhece você
como seu filho ou sua filha. Você não pode cair fora dessa
origem,
independentemente do resto que acontecer em sua vida. Ninguém
pode tirar sua dignidade humana, que lhe foi entregue juntamente
com essa origem. Portanto o Batismo também pode
ser
compreendido como o sacramento de uma adoção, de uma pertença ao Deus
paternal e maternal. Você perderá seus pais algum dia, mas sua pertença
ao Deus que o/a criou permanecerá.
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