quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

ADOLESCENTES E SUAS TRANSFORMAÇÕES NA ERA DIGITAL

  O jovem tem transitado cada vez mais em ambientes distintos. Nessa fase do desenvolvimento, as fronteiras entre o permitido e o proibido, o acessível e o inacessível são bastante flexíveis, já que as motivações essenciais do adolescente são o desafio e a descoberta.
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  Quem de nós conhece algum jovem que nunca tenha ligado ou estado frente a um computador, que não conheça a linguagem do espaço internáutico e que não saiba o funcionamento de um telefone celular, por exemplo? Podemos dizer que o contexto socioeconômico e cultural já não é mais um elemento diferenciador no que se refere ao uso e conhecimento das novas tecnologias.
  Estudiosos do tema (...) têm caracterizado essa geração como “NetGeneration”, “Geração Y”, “Geração digital”, entre outras denominações. Esses que hoje são jovens adultos, adolescentes ou ainda crianças cresceram e crescem na era da comunicação instantânea.
  É comum que eles estejam frequentemente conectados a alguma mídia, muitas vezes a mais de uma simultaneamente. São consumidores de TV, rádio, internet, celular, videogames, entre outros. São sujeitos criados não somente num contexto globalizado, mas que também desenvolveram uma visão globalizada, complexa e com uma compreensão intuitiva das tecnologias atuais. Sendo assim, tendem a ser sujeitos curiosos e flexíveis.
  A tecnologia da informação difundiu-se e a capacidade de se comunicar/relacionar virtualmente com todo o planeta foi a grande descoberta compartilhada dentro e fora da família. Locais como as salas de bate-papo e os sites de relacionamento tornaram-se uma extensão dos espaços cotidianos do jovem, assim como o telefone celular passou a ser um aparelho acessível à maioria dos jovens.
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  Frente a esse fenômeno, observa-se que as relações no campo virtual trazem, na adolescência, possibilidades de refúgio estratégico, que corresponde a necessidades desse período do desenvolvimento. Nesse momento, é comum o adolescente, ao mesmo tempo em que necessita estar só, buscar encontrar-se em meio a uma multidão de amigos. Assim, em tempos de virtualidade, os jovens têm encontrado uma possibilidade ideal de suprir tais necessidades.
   A rápida transformação que a tecnologia trouxe nas relações do nosso cotidiano refletiu na forma de educar os filhos, por exemplo. Observa-se que esse fenômeno fez dos modelos, recursos e estratégias educativas recebidas das gerações anteriores pouco eficazes.
  O que foi dito pelo poeta libanês Khalil Gibran no século passado: “Teus filhos não são teus filhos, são filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma”, hoje tem sido reinterpretado por estudiosos do tema que dizem que nossos filhos são filhos da tecnologia da informação, pois quem “faz a cabeça deles”, mais do que as figuras de autoridade, pais e professores, são os estímulos do mundo moderno.

Texto extraído do livro Adolescência & Comunicação virtual, P.13-16 
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