O jovem
tem transitado cada vez mais em ambientes distintos. Nessa fase do
desenvolvimento, as fronteiras entre o permitido e o proibido, o
acessível e o inacessível são bastante flexíveis, já que as
motivações essenciais do adolescente são o desafio e a descoberta.
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Quem
de nós conhece algum jovem que nunca tenha ligado ou estado frente a
um computador, que não conheça
a linguagem do espaço internáutico e que não saiba o funcionamento
de um telefone celular, por exemplo?
Podemos dizer que o contexto socioeconômico e cultural já não é
mais um elemento diferenciador no que se refere ao uso e conhecimento
das novas tecnologias.
Estudiosos
do tema (...) têm caracterizado essa geração como “NetGeneration”,
“Geração Y”, “Geração digital”, entre outras
denominações. Esses que hoje são jovens adultos, adolescentes ou
ainda crianças cresceram e crescem na era da comunicação
instantânea.
É
comum que eles estejam frequentemente conectados a alguma mídia,
muitas vezes a mais de uma simultaneamente. São consumidores de TV,
rádio, internet, celular, videogames,
entre outros. São sujeitos
criados não somente num contexto globalizado, mas que também
desenvolveram uma visão globalizada, complexa e com uma compreensão
intuitiva das tecnologias atuais. Sendo assim, tendem a ser sujeitos
curiosos e flexíveis.
A
tecnologia da informação difundiu-se e a capacidade de se
comunicar/relacionar virtualmente com todo o planeta foi a grande
descoberta compartilhada dentro e fora da família. Locais como as
salas de bate-papo e os
sites
de relacionamento tornaram-se uma extensão dos espaços cotidianos
do jovem, assim como o telefone celular passou a ser um aparelho
acessível à maioria dos jovens.
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Frente
a esse fenômeno, observa-se que as relações no campo virtual
trazem, na adolescência, possibilidades de refúgio estratégico,
que corresponde a necessidades desse período do desenvolvimento.
Nesse momento, é comum o adolescente, ao mesmo tempo em que
necessita estar só, buscar encontrar-se em meio a uma multidão de
amigos. Assim, em tempos de virtualidade, os jovens têm encontrado
uma possibilidade ideal de suprir tais necessidades.
A
rápida transformação que a tecnologia trouxe nas relações do
nosso cotidiano refletiu na forma de educar os filhos, por exemplo.
Observa-se que esse fenômeno fez dos modelos, recursos e estratégias
educativas recebidas das gerações anteriores pouco eficazes.
O
que foi dito pelo poeta libanês Khalil Gibran no século passado:
“Teus filhos não são teus filhos, são filhos e filhas da ânsia
da vida por si mesma”, hoje tem sido reinterpretado por estudiosos
do tema que dizem que nossos filhos são filhos da tecnologia da
informação, pois quem “faz a cabeça deles”, mais do que as
figuras de autoridade, pais e professores, são os estímulos do
mundo moderno.
Texto extraído do livro Adolescência & Comunicação virtual, P.13-16
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